Cultivo de frutas e hortaliças em cemitérios: uma inusitada prática observada em municípios do interior baiano
DOI:
https://doi.org/10.62827/nb.v23i3.3025Palabras clave:
Cemitérios; alimentação; saúde pública.Resumen
Objetivo: discutir a prática do plantio de hortaliças e frutíferas no interior e ao redor de cemitérios, correlacionando este aspecto com os possíveis riscos para a saúde da população. Métodos: Foram avaliados 47 cemitérios de 13 municípios do interior da Bahia, através de visitas aos cemitérios observou-se a ocorrência do cultivo de vegetais para alimentação, qual tipo de alimento estava sendo cultivado e a localização dos cultivares em relação aos jazigos, além da identificação de potenciais perigos de contaminação, sendo registrado por meio fotográfico tais situações. Resultados: 29,79% (n=14) apresentavam cultivo de frutas/hortaliças no interior do cemitério, enquanto ao redor ou muito próximo do cemitério foi encontrado o percentual de 72,34% (n=34). As principais frutas e hortaliças cultivadas no interior e ao redor do cemitério foram: manga, caju, banana, coco, mamão, mandioca, laranja, tomate, abóbora, cenoura, beterraba, jiló, repolho, pimentão, milho, limão, goiaba, graviola, quiabo, jaca, fruto do conde, amêndoa, pitanga e mandioca. Alimentos que não pertencem ao grupo alimentar de frutas e hortaliças também foram observados nos cemitérios, como a existência de uma colmeia e de galinhas chocando ovos no interior de sepulturas. Conclusão: há necessidade de monitoramento do solo e lençol freático do cemitério, a fim de evitar/corrigir/minimizar o impacto ambiental decorrente dos sepultamentos de cadáveres. É necessário a realização de ações da gestão municipal para a descontinuidade desta prática, assim como a proposição de ações seguras, duradouras e sustentáveis para o desenvolvimento econômico das pessoas envolvidas nesse processo.
Referencias
Brasil. Resolução n°002 de 23 de abril de 2009 – SEMA. Dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios, estabelece condições e critérios e dá outras providências.
Pacheco A. Cemitérios como risco potencial para as águas de abastecimento. Revista do SPAM. 1986;4(17): p. 25-31
Romano ENL. Cemitérios: passivo ambiental medidas preventivas e mitigadoras, Ponta Grossa: Instituto Ambiental do Paraná, 2005.
Campos APS. Avaliação do potencial de poluição no solo e nas águas subterrâneas decorrente da atividade cemiterial [Dissertação]. São Paulo: Universidade São Paulo; 2007.141 p.
Albuquerque FAC. Os cemitérios públicos na cidade de João Pessoa-PB [Monografia]. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba; 2008.
Matos B, Pacheco A. Avaliação da Ocorrência e do Transporte de Microrganismos no Aquífero Freático do Cemitério de Vila Nova Cachoeirinha, Município de São Paulo [Tese] São Paulo: Universidade de São Paulo; 2001. 172 p.
Macedo, JAB. Águas & Águas. 2.ed. Belo Horizonte: CRQ-MG; 2004. 997p.
Rodrigues JA, Trajano ASA, Naval LP, Silva GG, Queiroz SCB. Avaliação preliminar do comportamento do aquífero freático no cemitério São Miguel do Município de Palmas. XXII Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Joinville-SC, 2003.
Almeida FR, Espíndula JC, Vasconcelos U, Calazans GMT. Avaliação da ocorrência de contaminação microbiológica no aquífero freático localizado sob o cemitério de Várzea em Recife-PE. Revista Água Subterrâneas. 2006;20(2): p. 19-26.
Brasil. Lei n° 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências.
Leli IT, Zaparoli FCM, Santos VC, Oliveira M, Reis FAGV. Estudos ambientais para cemitérios: indicadores, áreas de influência e impactos ambientais. Bol. Geogr., Maringá, 2012; 30(1): p. 45-54.
Embrapa. Manual de Boas Práticas Agrícolas e Sistema APPCC. Brasília, DF: CampoPAS: Embrapa Informação Tecnológica, 2004.
Terra VR, Pratte-Santos R, Freire DN. Impactos do necrochorume nas águas subterrâneas do cemitério de Santa Inês, Espírito Santo, Brasil. Natureza on line. 2008;6(1): p. 36-41.
Castro DL. Caracterização geofísica e hidrogeológica do cemitério Bom Jardim, Fortaleza – CE. Revista Brasileira de Geofísica. 2008;26(3): p. 251-271.
Arbos KA, Freitas RJS, Stertz SC, Carvalho LA. Segurança alimentar de hortaliças orgânicas: aspectos sanitários e nutricionais. Ciência e Tecnologia de Alimentos. 2010;30(1): p. 215-220.
Cenci SA. Boas práticas de pós-colheita de frutas e hortaliças na agricultura familiar. Embrapa Informação Tecnológica, 1ª ed, p. 67-80, 2006.
Embrapa. Boas práticas para produção de hortaliças. Horticultura Brasileira, vol. 21, n. 2, 2003.
Kemerich, PDC, Ucker FE, Borba WF. Cemitérios Como Fonte de Contaminação Ambiental. Scientific American Brasil. 2012; 1: p. 78-81.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Rosângela Santos de Jesus, Micheli Dantas Soares, Thaise dos Santos Andrade, Ana Carolina Cavalcante Viana, Anarah Suellen Queiroz Conserva Vitoriano, Helen Pinheiro, Ana Ligia da Silva Bandeira, Maria Ricarte Guedes (Autor)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.