Análises bioquímicas e microbiológicas de garrafadas medicinais comercializadas em feiras livres no interior do Ceará, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.62827/nb.v23i5.3041Palabras clave:
Medicina popular; plantas medicinais; usos terapêuticos.Resumen
Introdução: A demanda por garrafadas medicinais à base de ervas, vendidas em feiras livres, tem aumentado. Porém, o consumo diário pode oferecer riscos à saúde, tornando essencial o estudo dos compostos nelas presentes. Objetivo: Identificar as plantas utilizadas nessas garrafadas e avaliar sua qualidade, analisando aspectos físico-químicos, químicos, microbiológicos e os compostos funcionais. Métodos: Analisou-se os compostos bioquímicos e microbiológicos, em dez garrafadas medicinais (G1 ao G10), comercializadas em feiras livres no município de Redenção-CE. Os principais indicadores terapêuticos das amostras consistem em inflamação, cicatrização, ansiolítico, antiespasmódico, gastrite, úlcera, dentre outros. As análises realizadas incluíram pH, sólidos solúveis totais, vitamina C, polifenóis extraíveis totais, atividade antioxidante total (método ABTS) e análise microbiológica (contagem em placa por pour-plate). Resultados: As médias encontradas de pH e sólidos solúveis foram 3,7 e 3,1°Brix, respectivamente. As amostras G4 e G5 apresentaram a maior fonte de vitamina C (72 mg/100g) e a amostra G6, que possuía apenas romã em seu preparo, apresentou o maior teor em polifenóis (4,33 mg EAG/100g) e atividade antioxidante (3,26 mg/100g), comprovando os benefícios da fruta. Cinco amostras apresentaram crescimento microbiano, com 90% dentro do limite de bactérias (<10 UFC/mL). Quanto aos fungos, 50% estavam em conformidade (<10⁴ UFC/mL), evidenciando maior ênfase às boas práticas de fabricação da bebida medicinal. Conclusão: A produção de garrafadas medicinais varia conforme fatores como coleta e conservação. O pH, a sacarose e a vitamina C estão dentro dos limites aceitáveis, mas os polifenóis e antioxidantes são baixos.
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