Doença celíaca refratária: uma revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.62827/nb.v23i1.3002

Palavras-chave:

Doença celíaca; Dieta livre de glúten; Glutens.

Resumo

Introdução: A doença celíaca (DC) é uma enteropatia crônica imunomediada do intestino delgado, caracterizada por perfis sorológico e histológico específicos, impulsionados pela ingestão de glúten por indivíduos geneticamente predispostos. O processo inflamatório leva à atrofia das vilosidades da mucosa do intestino delgado. A doença celíaca não responsiva (DCNR) é identificada pela referida atrofia diante da ineficácia do tratamento dietético estrito. A persistência deste quadro por mais de 12 meses define a doença celíaca refratária (DCR). Objetivo: apresentou-se as características da DCR. Métodos: revisão integrativa de literatura baseada em artigos indexados nas bases de dados SciELO, BVS e MEDLINE/PubMed, publicados entre 2012 e 2022, com os descritores “doença celíaca refratária” e “doença celíaca” em português, inglês e espanhol. Resultados: foram selecionados 15 estudos que descreveram os subtipos, etiologia, fisiopatologia, epidemiologia, sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento da DCR. A DCR tem etiologia multifatorial, resultante da interação entre fatores ambientais, genéticos e imunológicos. A fisiopatologia se baseia na imunidade e a desnutrição é um sintoma crônico. O tratamento se fundamenta na dieta sem glúten somada a terapias farmacológicas. Conclusão: a identificação da DCR requer melhores ferramentas diagnósticas. As terapias adjuvantes ao tratamento dietético apresentam resultados pouco satisfatórios.

Biografia do Autor

  • Fernanda Marques Rodrigues, (FMRP/USP)

    Pós-Graduanda em Nutrição, Metabolismo e Fisiologia do Exercício Físico pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil 

  • Fernanda Ferreira Correa, UNIFESP

    Doutora pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Docente do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP, Brasil 

  • Priscila Sala Kobal, USP

    Doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Docente do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP, Brasil

Referências

Caio G, Volta U, Sapone A, Leffler DA, De Giorgio R, Catassi C, Fasano A. Celiac disease: a comprehensive current review. BMC Med. 2019 Jul;17(1).

Malamut G, Cording S, Cerf-Bensussan N. Recent advances in celiac disease and refractory celiac disease. F1000Research. 2019 Jun;8:969.

Araújo HM, Araújo WM, Botelho RB, Zandonadi RP. Doença celíaca, hábitos e práticas alimentares e qualidade de vida. Rev Nutr. 2010 Jun;23(3):467-74.

Leonard M, Cureton P, Fasano A. Indications and use of the gluten contamination elimination diet for patients with non-responsive celiac disease. Nutrients. 2017 Out;9(10):1129.

Wierdsma NJ, Nijeboer P, de van der Schueren MA, Berkenpas M, van Bodegraven AA, Mulder CJ. Refractory celiac disease and EATL patients show severe malnutrition and malabsorption at diagnosis. Clin Nutr. 2016 Jun;35(3):685-91.

Soderquist CR, Bhagat G. Cellular and molecular bases of refractory celiac disease. Int Rev Cell Mol Biol. 2021;358:207-240.

Malamut G, Cellier C. Refractory celiac disease: epidemiology and clinical manifestations. Dig Dis. 2015;33(2):221-6.

Hujoel IA, Murray JA. Refractory celiac disease. Curr Gastroenterol Rep. 2020 Mar;22(4).

Woodward J. Improving outcomes of refractory celiac disease – current and emerging treatment strategies. Clin Exp Gastroenterol. 2016 Ago; 9:225-36.

De Sousa, LMM, Marques-Vieira, CMA, Severino, SSP, Antunes, AV. A metodologia de revisão integrativa da literatura em enfermagem. RIE. 2017 Nov;21(2):17-26.

Page MJ, Moher D, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. PRISMA 2020 explanation and elaboration: updated guidance and exemplars for reporting systematic reviews. BMJ. 2021 Mar:372:n160.

Rishi AR, Rubio-Tapia A, Murray JA. Refractory celiac disease. Expert Rev Gastroenterol Amp Hepatol. dez 2015 Dez;10(4):537-46.

Taylor AK, Lebwohl B, Snyder CL, Green PHR. Celiac Disease. In: Adam MP, Mirzaa GM, Pagon RA, Wallace SE, Bean LJH, Gripp KW, Amemiya A, editors. GeneReviews® [Internet]. 2019 Jan; 1993-2023.

Biesiekierski JR. What is gluten? J Gastroenterol Hepatol. 2017 Fev;32:78-81.

Kurada S, Yadav A, Leffler DA. Current and novel therapeutic strategies in celiac disease. Expert Rev Clin Pharmacol. 2016 Jun;9(9):1211-23.

Asri N, Rostami-Nejad M, Anderson RP, Rostami K. The gluten gene: unlocking the understanding of gluten sensitivity and intolerance. Appl Clin Genet. 2021 Fev; 14:37-50.

Cunha, M, Carneiro, F, Amil, J. Doença celíaca refratária. Arquivos de Medicina. 2013 Fev;27(1):19-26.

Soderquist CR, Lewis SK, Gru AA, Vlad G, Williams ES, Hsiao S, Mansukhani MM, Park DC, Bacchi CE, Alobeid B, Green PH, Bhagat G. Immunophenotypic spectrum and genomic landscape of refractory celiac disease type II. Am J Surg Pathol. 2021 Fev;Publish Ahead of Print.

Rubio-Tapia A, Hill ID, Kelly CP, Calderwood AH, Murray JA. ACG clinical guidelines: diagnosis and management of celiac disease. Am J Gastroenterol. 2013 Mai;108(5):656-76.

Penny HA, Baggus EM, Rej A, Snowden JA, Sanders DS. Non-Responsive coeliac disease: A comprehensive review from the NHS england national centre for refractory coeliac disease. Nutrients. 2020 Jan;12(1):216.

Al-toma A. Hematopoietic stem cell transplantation for non-malignant gastrointestinal diseases. World J Gastroenterol. 2014;20(46):17368.

Downloads

Publicado

08/05/2024

Como Citar

Doença celíaca refratária: uma revisão integrativa. (2024). Nutrição Brasil, 23(1), 772-785. https://doi.org/10.62827/nb.v23i1.3002