Avaliação da sarcopenia em pacientes com câncer de mama submetidas à quimioterapia: estudo de coorte
DOI:
https://doi.org/10.62827/nb.v23i5.3042Palavras-chave:
Neoplasias da mama; sarcopenia; antineoplásicos; estado nutricional.Resumo
Introdução: o câncer de mama é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo. Pacientes com câncer de mama passam por rigoroso tratamento oncológico e geralmente apresentam alterações de peso. A sarcopenia é caracterizada pela diminuição da força muscular e comprometimento das capacidades funcionais relacionadas à perda grave de tecido muscular esquelético. Objetivo: avaliar a presença de sarcopenia em mulheres com câncer de mama em tratamento quimioterápico e correlacionar alterações na composição corporal com os tipos de tratamento. Métodos: estudo de coorte realizado com mulheres com diagnóstico de câncer de mama e indicação de quimioterapia em um hospital privado do sul do Brasil, acompanhadas de julho de 2018 a fevereiro de 2020 por meio de avaliação nutricional antes e ao final do tratamento. A avaliação nutricional inicial (t0) ocorreu antes do início de qualquer tratamento e a reavaliação (t1) foi agendada para data posterior ao término do tratamento. As variáveis coletadas foram idade em anos, peso corporal, altura, circunferência da cintura, atividade física, tipo de tratamento e protocolo quimioterápico, sintomas ao longo do período, força de preensão manual, percentual de massa magra, percentual de massa gorda, água e ângulo de fase (PA). Resultados: completaram o estudo 47 pacientes, com idade média de 47±14 anos, em sua maioria sedentários (n=28; 59,6%) e o tipo de tratamento predominante foi a quimioterapia neoadjuvante (n=32; 68%). Houve diferença estatisticamente significativa na comparação de t1 com t0 na força de preensão (p=0,007) e ângulo de fase (p=0,001), enquanto a diferença na massa magra não foi significativa (p=0,387), caracterizando ausência de sarcopenia. Conclusão: embora o diagnóstico de sarcopenia não tenha sido conclusivo para essas pacientes, observamos capacidades funcionais comprometidas em mulheres com câncer de mama ao final do tratamento quimioterápico.
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