Medidas de prevenção de infecção de sítio cirúrgico na cirurgia cardíaca com esternotomia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.62827/eb.v23i1.2729

Palavras-chave:

cirurgia cardíaca; ferida operatória; infecção de ferida operatória; cuidados de enfermagem; infecção hospitalar.

Resumo

Objetivo: Descrever as principais medidas de prevenção de infecção do sítio cirúrgico adotadas para pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no período perioperatório. Métodos: Estudo transversal de base de dados secundários coletados do banco de dados do serviço de controle de infecção relacionada à assistência à saúde de um hospital universitário e de prontuários eletrônicos, que avaliou os principais dados referentes às condutas implementadas aos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Foram considerados os procedimentos com toracotomia e circulação extracorpórea, realizados entre janeiro de 2018 e dezembro de 2022, que evoluíram para infecção de sítio cirúrgico. Resultados: A taxa de infecção foi de aproximadamente 13.60% (77) do total de cirurgias realizadas. Dos que evoluíram com infecção, 90.91% (70) apresentaram glicemia pré-operatória ≤180 mg/dl, 90.91% (70) com tempo de internação no pré-operatório >24h, “Vancomicina+Gentamicina” como a antibioticoterapia profilática mais utilizada (37.66%, 29)), tricotomia realizada em 25.97% (20), banho pré-operatório em 45.44% (35) e 49.35% com glicemia pós-operatória ≤200 mg/dl (38). O diagnóstico predominante foi do subtipo incisional superficial com 53.25% (41) e não houve associação significativa do subtipo com as variáveis sexo, tricotomia e banho no pós-operatório. Conclusão: A taxa de infecção mostrou-se alta para o aceitável em cirurgias limpas. A antibioticoprofilaxia, o controle da glicemia pré-operatória e a tricotomia apresentaram adequabilidade às recomendações da instituição. Já o tempo de internação no pré-operatório e a manutenção da glicemia pós-operatória indicaram não adequação. O banho pré-operatório não foi avaliado, devido à incompletude dos dados.

Biografia do Autor

  • Acad. Enf. Henrique de Castro , UFES

    Graduando do Curso de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil

  • Enf. Esp. Mestranda Bruna Moraes Barbieri, HUCAM/Ebserh

    Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Enfermeira do Serviço de Controle de Infecção do Hospital Universitário (HUCAM), Vitória, ES, Brasil

  • Enf. Esp. Mestrando Lucas Dalvi Armond Rezende, UFRJ/UFES

    Enfermeiro pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Mestrando em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

  • Prof. Dra. Walckiria Garcia Romero Sipolatti, UFES

    Enfermeira, Mestre e Drª em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Professora da Graduação e Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil

  • Prof. Dr. Bruno Henrique Fiorin, UFES

    Enfermeiro Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Mestrado em Saúde Coletiva (UFES), Doutorado em Ciências da Saúde-Cardiologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Professor da Graduação e Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil

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Publicado

2024-05-24

Edição

Seção

Artigos originais

Como Citar

Medidas de prevenção de infecção de sítio cirúrgico na cirurgia cardíaca com esternotomia. (2024). Enfermagem Brasil, 23(1), 1399-1411. https://doi.org/10.62827/eb.v23i1.2729

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