Depressão maior avanços no diagnóstico e perspectivas terapêuticas: Revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.62827/fb.v26i5.1104Palavras-chave:
Transtorno Depressivo Maior; Agentes Antidepressivos; Psicoterapia.Resumo
Introdução: A depressão maior representa um desafio significativo para os sistemas de saúde, dada a alta prevalência, impacto na qualidade de vida, risco de comorbidades e morbidade associada. Além do tratamento medicamentoso e psicoterápico, a fisioterapia tem se mostrado uma aliada importante na promoção da saúde mental, contribuindo para a melhora da funcionalidade, do sono, do condicionamento físico e da regulação do humor. O diagnóstico precoce, o acompanhamento contínuo e estratégias terapêuticas integradas são essenciais para reduzir a recorrência, otimizar os desfechos clínicos e promover a funcionalidade do paciente. Objetivo: Realizou-se uma revisão bibliográfica para sintetizar evidências sobre avanços no diagnóstico e perspectivas terapêuticas para a depressão maior, incluindo intervenções farmacológicas, psicoterápicas e combinadas, bem como estratégias emergentes para monitoramento e personalização do cuidado. Métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica de caráter descritivo e analítico, fundamentada em publicações nacionais e internacionais disponíveis nas bases Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed e Scopus. Foram incluídos artigos originais, revisões sistemáticas, ensaios clínicos, estudos observacionais, revisões teóricas e estudos qualitativos publicados entre 2018 e 2025, em português e inglês. Foram excluídos relatos de opinião isolados, entrevistas e materiais duplicados. A seleção dos estudos ocorreu em três etapas: identificação e remoção de duplicatas, leitura de títulos e resumos e leitura integral dos textos elegíveis. Resultados: A literatura aponta que estratégias terapêuticas combinadas, envolvendo farmacoterapia e psicoterapia, associadas a programas fisioterapêuticos de atividade física supervisionada, reabilitação funcional e técnicas corporais de relaxamento, bem como novas abordagens emergentes como antagonistas de receptor kappa, monitoramento digital e terapias integrativas, estão associadas à redução da severidade dos sintomas, maior adesão ao tratamento, diminuição da recorrência e melhor qualidade de vida. Estudos destacam a importância do diagnóstico precoce, reconhecimento de sinais prodrômicos e personalização das intervenções para otimizar os desfechos clínicos. Barreiras incluem desigualdades de acesso a serviços especializados, limitação na implementação de terapias inovadoras e necessidade de capacitação profissional contínua. Conclusão: O manejo da depressão maior depende de diagnóstico precoce, estratégias terapêuticas combinadas e individualizadas, acompanhamento longitudinal e integração entre intervenções farmacológicas e psicoterápicas. A inserção da fisioterapia como componente do cuidado interdisciplinar contribui para a recuperação funcional, melhora da qualidade de vida e prevenção de recaídas. Avanços terapêuticos emergentes e abordagem personalizada contribuem para melhor adesão, eficácia clínica e redução de recorrência. Investimentos em capacitação profissional, tecnologias de monitoramento e protocolos estruturados são essenciais para ampliar os benefícios do cuidado e melhorar os desfechos dos pacientes.
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