Prevalência de transtornos de ansiedade e depressão em mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP): Uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.62827/fb.v26i5.1108Palavras-chave:
Síndrome do Ovário Policístico; Ansiedade; Depressão.Resumo
Introdução: A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma condição endócrina comum em mulheres em idade reprodutiva, frequentemente associada a repercussões psicológicas significativas, incluindo transtornos de ansiedade e depressão, comprometimento da autoestima e impacto na qualidade de vida e função sexual. O manejo clínico da SOP requer atenção integrada aos fatores fisiopatológicos, metabólicos e psicossociais que influenciam o bem-estar das pacientes, sendo a fisioterapia uma estratégia complementar promissora para redução de sintomas de ansiedade e depressão, por meio de exercícios físicos supervisionados e técnicas de relaxamento. Objetivo: Realizou-se uma revisão bibliográfica para sintetizar evidências sobre a prevalência de transtornos de ansiedade e depressão em mulheres com SOP, identificar mecanismos fisiopatológicos e sociais envolvidos e fornecer recomendações para a prática clínica multidisciplinar, incluindo o papel da fisioterapia na melhoria da saúde mental. Métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica de caráter descritivo e analítico, fundamentada em publicações nacionais e internacionais disponíveis nas bases de dados da Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), United States National Library of Medicine (PubMed) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram incluídos estudos publicados entre 2004 e 2024, abrangendo revisões sistemáticas, metanálises, artigos teóricos e estudos observacionais sobre saúde mental, qualidade de vida e fatores hormonais em mulheres com SOP. Resultados: A literatura indica elevada prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em mulheres com SOP, frequentemente associados a níveis elevados de andrógenos, resistência insulínica, obesidade e fatores psicossociais como percepção negativa da imagem corporal e infertilidade percebida. Estudos demonstram que esses sintomas impactam negativamente a qualidade de vida, autoestima e função sexual. Intervenções fisioterapêuticas, incluindo exercícios aeróbicos, resistidos, alongamentos e técnicas de relaxamento, mostraram-se eficazes na redução de sintomas ansiosos e depressivos, complementando o acompanhamento psicológico e promovendo bem-estar físico e mental. Abordagens multidisciplinares, que integrem avaliação hormonal, acompanhamento psicológico, suporte social e manejo metabólico e fisioterapia direcionada à saúde mental, mostraram-se eficazes na redução de sintomas psiquiátricos e na melhoria do bem-estar geral das pacientes. Conclusão: O manejo da SOP exige abordagem multidimensional, considerando aspectos endócrinos, metabólicos e psicossociais. O rastreamento sistemático de sintomas de ansiedade e depressão, aliado a estratégias de suporte psicológico, intervenções fisioterapêuticas e acompanhamento clínico integrado, acompanhamento clínico integrado e intervenção nos fatores hormonais e metabólicos, é essencial para reduzir o impacto psicológico, melhorar a qualidade de vida e otimizar os desfechos de saúde das mulheres acometidas. Investimentos em protocolos multidisciplinares, capacitação profissional e integração entre ginecologia, endocrinologia e saúde mental são fundamentais para o cuidado efetivo da SOP.
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