Fisioterapeutas sabem utilizar evidência científica para triagem de risco de quedas em idosos? Um estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.62827/fb.v25i6.1033Palavras-chave:
Idoso; acidentes por quedas; fisioterapeutas.Resumo
Introdução: Nas últimas décadas, a elevada prevalência de quedas entre idosos tem se mantido constante. Avaliações apropriadas permitem identificar aqueles com maior risco, viabilizando a adoção de medidas preventivas. Objetivo: Identificou-se os instrumentos de avaliação mais frequentemente utilizados por fisioterapeutas para triagem do risco de quedas em idosos e a utilização de evidência científica na escolha dos instrumentos. Métodos: Este é um estudo observacional de corte transversal, a coleta de dados foi realizada por meio de um questionário digital, que abordava aspectos como formação acadêmica, público atendido, instrumento utilizado para avaliação do equilíbrio e de risco de quedas, além de tipo de desenho de estudo selecionado para embasar a escolha dos testes. Resultados: Participaram 32 fisioterapeutas. A Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) e o teste Timed Up and Go (TUG) foram os instrumentos mais citados para avaliação de equilíbrio, sendo o TUG predominante para triagem de risco de quedas. A EEB não foi usada para esse fim. Estudos de caso foram a principal fonte de evidência para a seleção dos instrumentos. Cerca de 22% (n=7) dos fisioterapeutas relataram não realizar avaliações de risco de quedas em idosos. Conclusão: A preferência pelo TUG, apesar de sua baixa sensibilidade, juntamente com o uso de estudos de caso, reflete a limitada compreensão de metodologia científica na seleção dos instrumentos de avaliação. É necessário fortalecer a formação profissional do fisioterapeuta em metodologia científica, garantindo o uso de ferramentas válidas e confiáveis na triagem do risco de quedas.
Referências
Perracini MR, Ramos LR. Fatores associados a quedas em uma coorte de idosos residentes na comunidade. Rev Saúde Pública. 2002;36(6):709–16. doi: 10.1590/S0034-89102002000700008
Filho JE, Borel WP, Diz JBM, Barbosa AWC, Britto RR, Felício DC. Prevalence of falls and associated factors in community-dwelling older Brazilians: A systematic review and meta-analysis. Cad Saude Publica. 2019;35(8):e00115718. Doi: 10.1590/0102-311X00115718
Masud T, Morris RO. Interdisciplinary practice in the prevention of falls--a review of working models of care. Age Ageing. 2001;30(S4):3–7. doi: 10.1093/ageing/30.suppl.
Jefferis BJ, Iliffe S, Kendrick D, Kerse N, Trost S, Lennon LT, et al. How are falls and fear of falling associated with objectively measured physical activity in a cohort of community-dwelling older men? BMC Geriatr. 2014;14:114. doi: 10.1186/1471-2318-14-114.
Da Silveira FJ, De Oliveira VDSL, Friedrich FO, Heinzmann-Filho JP. Internações e custos hospitalares por quedas em idosos brasileiros. Scientia Medica (Porto Alegre). 2020;30(1):1-10. doi: 10.15448/1980-6108.2020.1.35751.
Coelho LSZ, Dutra TMS, Figueiredo Júnior HS de. Uma análise acerca das quedas em idosos e sua principal consequência: a fratura de fêmur. Revista Eletrônica Acervo Médico. 2022;4:1–7. doi: 10.25248/REAM.
Vieira ER, Palmer RC, Chaves PHM. Prevention of falls in older people living in the community. Br Med J. 2016;353:i1419. doi: 10.1136/bmj.i1419.
World Health Organization. WHO Global report on falls Prevention in older Age. 2007. [Internet]; [cited 2025 jan 16]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/9789241563536
Berg KO, Wood-Dauphinee SL, Williams JI, Maki B. Measuring balance in the elderly: Validation of an instrument. Revue Canadienne de Santé Publique. 1991 [Internet];83:S7–11. [cited 2025 jan 16]. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1468055/
Podsiadlo D, Richardson S. The Timed “Up & Go”: A Test of Basic Functional Mobility for Frail Elderly Persons. Journal of the American Geriatrics Society. 1991;39:142–8. doi: 10.1111/j.1532-5415.1991.tb01616.x.
Barry E, Galvin R, Keogh C, Horgan F, Fahey T. Is the Timed Up and Go test a useful predictor of risk of falls in community dwelling older adults: A systematic review and meta- analysis. BMC Geriatr. 2014;14:1–14. doi: 10.1186/1471-2318-14-14.
Kojima G, Masud T, Kendrick D, Morris R, Gawler S, Treml J, et al. Does the timed up and go test predict future falls among British community-dwelling older people? Prospective cohort study nested within a randomised controlled trial. BMC Geriatr. 2015;15:38. doi: 10.1186/s12877-015-0039-7.
Lord SR. Visual risk factors for falls in older people. Age Ageing. 2006;49(5):508–515. doi: 10.1093/ageing/afl085.
Kang L, Han P, Wang J, Ma Y, Jia L, Fu L, et al. Timed up and go test can predict recurrent falls: A longitudinal study of the community-dwelling elderly in China. Clinical Interventions in Aging. 2017;12:2009–16. doi: 10.2147/CIA.S138287.
Park SH, Lee YS. The Diagnostic Accuracy of the Berg Balance Scale in Predicting Falls. West J Nurs Res. 2017;39:1502–25. doi: 10.1177/0193945916670894.
Caronni A, Picardi M, Scarano S, Malloggi C, Tropea P, Gilardone G, et al. Pay attention: you can fall! The Mini-BES Test scale and the turning duration of the TUG test provide valid balance measures in neurological patients: a prospective study with falls as the balance criterion. Front Neurol. 2023;14:1228302. doi: 10.3389/fneur.2023.1228302.
Ventura MM. O Estudo de Caso como Modalidade de Pesquisa. Rev SOCERJ. 2007 [Internet];20:383–6. [cited 2025 jan 16]. Available from: http://sociedades.cardiol.br/socerj/revista/2007_05/a2007_v20_n05_art10.pdf
Rothman KJ. Writing for epidemiology. Epidemiology. 1998 [Internet];9(3):333–7. [cited 2025 jan 16]. Available from: https://www.jstor.org/stable/3703065
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Ilha Gonçalves Fernandes, Brenda Resende Marinato, Isabelle Elias Rodriguez (Autor)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.