Análise do perfil de pacientes traqueostomizados e do processo de decanulação de um hospital público
DOI:
https://doi.org/10.62827/fb.v25i1.eb81Palabras clave:
traqueostomia; desmame; protocolos; fisioterapia.Resumen
Introdução: A traqueostomia é um procedimento frequente a nível hospitalar. No entanto, não é um procedimento livre de complicações, sendo necessária uma avaliação para o processo de retirada da cânula assim que, a indicação para seu uso estiver corrigida. Objetivo: Analisar o perfil de pacientes traqueostomizados e o processo de decanulação em um hospital público. Método: Estudo retrospectivo, observacional, transversal, realizado em um hospital universitário, através da análise de prontuários eletrônicos de pacientes traqueostomizados. Foram incluídos pacientes com idade 18 anos, ambos os sexos, internados entre setembro de 2021 a fevereiro de 2022. Para coleta foi utilizado um formulário sociodemográfico e o checklist do protocolo institucional de decanulação. Resultados: Foram analisados 60 prontuários de pacientes traqueostomizados e observou-se 58,3% do sexo masculino, média de idade de 55,9 ± 17,8 anos, e diagnósticos predominantes neurológicos (23,3%) e oncológico (21,7%). Verificou-se que 23 (38,3%) pacientes foram inseridos no protocolo de decanulação, 30 (50%) foram excluídos e 7 (11,7%) tiveram ausência de registro quanto a inserção ou não no protocolo de decanulação. Quanto aos pacientes inseridos no protocolo (n=23), observou-se o desfecho decanulação em 16 (69,6%) pacientes. No tocante ao sucesso no processo de decanulação 16 (100%) tiveram êxito. Houve adesão de 43,7% dos profissionais ao presente protocolo. Conclusão: A classificação dos pacientes traqueostomizados com base no perfil clínico, indicação da traqueostomia e fatores associados é fundamental para o processo de decanulação. Houve sucesso em todas as decanulações realizadas. Há necessidade de maiores investigações e gerenciamento institucional quanto à execução do protocolo.
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