Ultrassonografia diafragmática como ferramenta de avaliação pré-extubação orotraqueal em pediatria: estudo piloto
DOI:
https://doi.org/10.62827/fb.v26i2.1054Palavras-chave:
Ultrassonografia; Diafragma; Doenças Respiratórias; Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica.Resumo
Introdução: A ultrassonografia diafragmática tem despontado como ferramenta promissora para avaliação da prontidão para extubação orotraqueal em pediatria, uma vez que não existem ferramentas objetivas com alto poder preditivo para o seu sucesso ou falha, sendo a decisão por vezes baseada somente na experiência clínica. Objetivo: Descreveu-se a avaliação ultrassonográfica do diafragma pré-extubação orotraqueal em uma UTI pediátrica. Métodos: Estudo exploratório prospectivo, aprovado pelo comitê de ética. Selecionados lactentes que utilizaram ventilação mecânica invasiva no período de 10 meses, avaliados após 30 minutos realizando o teste de respiração espontânea (TRE). Realizada ultrassonografia diafragmática (excursão e espessuras do diafragma) e medidas da mecânica pulmonar através do ventilador mecânico, além da coleta de dados complementares do prontuário. Resultados: A avaliação foi realizada em 15 pacientes, com predominância do sexo masculino e diagnóstico de bronquiolite e/ou pneumonia. A faixa etária de lactentes foi a mais prevalente, com tempo médio de intubação 8,4 dias e de internação hospitalar 24,5 dias. Durante o TRE, a excursão média do diafragma foi 1,0 cm, cuja espessura média na inspiração foi 0,17 cm e fração de espessamento diafragmático (DTF) média 37,7%. O suporte pós extubação mais utilizado foi a ventilação não invasiva (54%). Ocorreram duas falhas de extubação, ambas por obstrução alta, e nenhum óbito foi registrado. Conclusão: A avaliação diafragmática para a extubação orotraqueal é viável beira leito e pode ser útil com o objetivo de reconhecer a prontidão para a ventilação espontânea, no entanto necessita de maiores estudos em pediatria.
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