Avaliação do estilo de vida, nível de atividade física e desconforto musculoesquelético de policiais militares do regimento de polícia montada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.62827/fb.v25i6.1038

Palavras-chave:

Dor; dor musculoesquelético; atividade física; segurança pública, polícia.

Resumo

Introdução: Os distúrbios musculoesqueléticos afetam o desempenho físico de policiais em atividades que envolvem longos períodos de ortostatismo e uso de equipamentos de proteção individual (EPIs). Esses problemas impactam diretamente a saúde e as condições de trabalho. Objetivo: Avaliou-se o desconforto musculoesquelético e o nível de atividade física de policiais militares do Regimento de Polícia Montada (RPMont) do Espírito Santo, comparando as condições com e sem o uso de fardamento ostensivo. Métodos: Participaram 16 policiais militares com idade média de 35 ± 4 anos e tempo médio de serviço de 10 ± 3 anos. O Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) foi usado para medir o tempo semanal de atividade física, o Questionário Fantástico para avaliar o estilo de vida e o diagrama de Corlett & Manenica para identificar desconforto musculoesquelético. Resultados: O tempo médio de atividade física foi de 671 ± 228 minutos por semana. Quanto ao estilo de vida, 68,75% (11) foram classificados como excelentes e 31,25% (5) como muito bons. O desconforto musculoesquelético apresentou diferença significativa (p=0,0001) entre as condições sem (80 ± 12 kg) e com (95 ± 12 kg) fardamento, devido aos 15 kg adicionais dos EPIs. Todos os segmentos corporais indicaram maior desconforto com o fardamento (p<0,05), sem diferenças entre os lados corporais (p>0,05). Conclusão: O uso de EPIs, apesar do bom nível de atividade física e estilo de vida contribui para maior desconforto, corroborando com estudos que associam sobrecarga a problemas musculoesqueléticos.

 

 

Biografia do Autor

  • Sabriny G. Manzolli , UFES

    Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil

  • Manuela do Amaral Pinheiro, UFES

    Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil

  • Leonardo A. Vieira, UFES

    Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil

  • Geanderson Sampaio de Oliveira, UFES

    Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil

  • Júlio Cesar Tinti, Escola de Educação Física da Polícia Militar

    Escola de Educação Física da Polícia Militar do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

  • Pedro Florencio da Cunha Fortes Junior, UFES

    Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil

  • Rayrison Gonçalves Ferreira, UFES

    Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil

  • Samily Cezana Fanticele, UFES

    Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil

  • Elis Aguiar Morra, Centro Universitário Estácio

    Centro Universitário Estácio, Vitória, ES, Brasil

  • Roberta Luksevicius Rica, Centro Universitário Estácio

    Centro Universitário Estácio, Vitória, ES, Brasil

  • Danilo Sales Bocalini, UFES

    Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil

Referências

Marins E, Cabistany L, Bartel C, Dawes J, Vechio F. Effects of Personal Protective Equipment on the Performance of Federal Highway Policemen in Physical Fitness Tests. J Strength Cond Res. 2019;34(1):11-9. doi: 10.1519/jsc.0000000000003201.

Minayo MCS, Souza ER, Constantino P, coordenadores. Condições de trabalho dos Policiais Militares. In: Missão prevenir e proteger: condições de vida, trabalho e saúde dos policiais militares do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ; 2008.

Ramstrans N, Zügner R, Larsen LB, Tranberg R. Evaluation of load carriage systems used by active duty police officers: Relative effects on walking patterns and perceived comfort. Appl Ergon. 2015;53(Pt A):36-43. doi: 10.1016/j.apergo.2015.08.007.

Carlton SD, Carbone PD, Stierli M, Orr RM. The impact of occupational load carriage on the mobility of the tactical police officer. J Aust Strength Cond. 2014;21(1):32-7. Available from: https://research.bond.edu.au/en/publications/the-impact-of-occupational-load-carriage-on-the-mobility-of-the-t.

Thomas M, Pohl MB, Shapiro R, Keeler J, Abel MG. Effect of load carriage on tactical performance in special weapons and tactics operators. J Strength Cond Res. 2018;32:554–64. doi: 10.1519/jsc.0000000000002323.

Dempsey PC, Owen N, Biddle SJ, Dunstan DW. Managing sedentary behavior to reduce the risk of diabetes and cardiovascular disease. Curr Diab Rep. 2014;14(9):522. doi: 10.1007/s11892-014-0522-0.

Armstrong NC, Gay LA. The effect of flexible body armour on pulmonary function. Ergonomics. 2016;59(5):692-6. doi: 10.1080/00140139.2015.1084052.

Cho E, Chen M, Toh SM, Ang J. Roles of effort and reward in well-being for police officers in Singapore: The effort-reward imbalance model. Soc Sci Med. 2021;277:113878. doi: 10.1016/j.socscimed.2021.113878.

Lockie RG, Giveswes JJ, Kornhauser CL, Holmes RJ. Cross-Sectional and Retrospective Analysis of the Effects of Age on Flexibility, Strength Endurance, Lower-Body Power, and Aerobic Fitness in Law Enforcement Officers. J Strength Cond Res. 2019;33(2):451-8. doi: 10.1519/jsc.0000000000001937.

Sampaio GO, Machado AF, Reis CHO, Fortes Junior PFC, Rica RL, Morra EA, et al. Associação entre indicadores antropométricos, nível de atividade física e sono de policiais militares da Companhia de Operações de Choque do Batalhão de Missões Especiais do Espírito Santo. Retos. 2024;60:568-78. doi: 10.47197/retos.v60.106897.

Rodrigues ESR, Cheik NC, Mayer AF. Level of physical activity and smoking in undergraduate students. Rev Saude Publica. 2008;42(4):672-8. doi: 10.1590/s0034-89102008000400013.

Dutra MV, Seibel VDFC, Leite CL, Ferro PHO, Reis CS, Oliveira GS, et al. Indicadores do estilo de vida de soldados e cabos da polícia militar do município de Vitória-ES. Rev Bras Med Esporte. 2023. Available from: https://www.semanticscholar.org/paper/INDICADORES-DO-ESTILO-DE-VIDA-DE-SOLDADOS-E-CABOS-Dutra-Seibel/2ffef90202e5ff126864f3f25c9cb51ef2e39bc1.

Matsudo S, et al. Questionário internacional de atividade física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Rev Bras Ativ Fis Saude. 2001;6(2):5-18. doi: 10.12820/rbafs.v.6n2p5-18.

Oliveira RR, Aquino JBC, Reis CHO, Oliveira GS, Vieira LA, Machado AF, et al. Skeletal Muscle Discomfort and Lifestyle of Brazilian Military Police Officers of Administrative and Tactical Force. J Funct Morphol Kinesiol. 2023;8(148):1-10. doi: 10.3390/jfmk8040148.

Corlett EN, Manenica I. The effects and measurement of working postures. Appl Ergon. 1980;11(1):7–16. doi: 10.1016/0003-6870(80)90115-5.

Santos MMA, Souza EL, Barroso BIL. Análise sobre a percepção de policiais militares sobre o conforto do colete balístico. Fisioter Pesqui. 2017;24(2). doi: 10.1590/1809-2950/16629324022017.

Matsudo S, et al. Questionário internacional de atividade física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2001;6(2):5-18. doi: 10.12820/rbafs.v.6n2p5-18.

Bernardo VM, et al. Atividade física e qualidade de sono em policiais militares. Rev Bras Ciênc Esporte. 2018;40(2):131–7. doi: 10.1016/j.rbce.2018.01.011.

Araujo AO, et al. Association between somatotype profile and health-related physical fitness in special police unit. J Occup Environ Med. 2018;60(8):764-70. doi: 10.1097/jom.0000000000001515.

Ferraz AF, Andrade EL, Viana MV, Rica RL, Bocalini DS, Figueira Junior A. Physical activity level and sedentary behavior of military police staff. Rev Bras Med Esporte. 2020;26(2):113-7. doi: 10.1590/1517-869220202602208923.

World Health Organization (WHO). Guidelines on physical activity and sedentary behaviour. Geneva: WHO; 2020 [cited 2025 Feb 18]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/9789240015128.

Ferraz AF, Viana MV, Rica RL, Bocalini DS, Battaza RA, Miranda MLJ, et al. Effects of physical activity in police cardiometabolic parameters: systematic review. ConScientiae Saúde. 2018;17(3):356-70. doi: 10.5585/conssaude.v17n3.10283.

Grimani A, Aboagye E, Kwak L. The effectiveness of workplace nutrition and physical activity interventions in improving productivity, work performance and workability: a systematic review. BMC Public Health. 2019;19(1):1676. doi: 10.1186/s12889-019-8033-1.

Soares DS, et al. Influence of Physical Activity on Military Police Officers’ Burnout. J Phys Educ. 2019;30:e3059. doi: 10.4025/jphyseduc.v30i1.3059.

Santos ARD, Ihlenfeld MFK, Olandoski M, Barreto FC. Comparative analysis of the health status of military police officers and firefighters: a cross-sectional study in the State of Paraná, Brazil. BMJ Open. 2022;12(9):e049182. doi: 10.1136/bmjopen-2021-049182.

Louzada MLdaC, Cruz GLda, Silva KAAN, Grassi AGF, Andrade GC, Rauber F, et al. Consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil: distribuição e evolução temporal 2008–2018. Rev Saúde Pública. 2023;57(1):12. doi: 10.11606/s1518-8787.2023057004744.

Dempsey PC, Owen N, Biddle SJ, Dunstan DW. Managing sedentary behavior to reduce the risk of diabetes and cardiovascular disease. Curr Diab Rep. 2014;14(9):522. doi: 10.1007/s11892-014-0522-0.

Braga KKFM, Trombini-Souza F, Skrapec MVC, Queiroz DB, Sotero AM, Silva TFA. Pain and musculoskeletal discomfort in military police officers of the Ostensive Motorcycle Patrol Group. BrJP. 2018;1(1):29-32. doi: 10.5935/2595-0118.20180007.

Lima FP, Blank LG, Menegon FA. Prevalência de transtorno mental e comportamental em policiais militares/SC, em licença para tratamento de saúde. Psico Ciênc Prof. 2015;35(3):824-40. doi: 10.1590/1982-3703002242013.

Neto AT, Faleiro TB, Moreira FD, Jambeiro JS, Shulz RS. Lombalgia na atividade policial militar: análise da prevalência, repercussões laborativas e custo indireto. Rev Baiana Saúde Pública. 2013;37(2):1-12. doi: 10.22278/2318-2660.2013.v37.n2.a336.

Cardoso ES, Fernandes SGG, Corrêa LCAC, Dantas GA, Câmara SMA. Low back pain and disability in military police: an epidemiological study. Fisioter Mov. 2018;31:e003101. doi: 10.1590/1980-5918.031.AO01.

Souza EA, Albuquerque JPDS, Alves FR, Ferreira CAD. Perception of lower back pain associated with use of body armor in police officers of the countryside specialized battalion of Ceará, Brazil. Rev Bras Med Trab. 2023;21(1):e2023809. Doi: 10.47626/1679-4435-2023-809.

Locatello MC. Low back pain in military police activity: analysis of prevalence, associated factors, and ergonomics. Rev Bras Med Trab. 2021;19:482–90. doi: 10.47626/1679-4435-2021-626.

Orr R, Canetti EFD, Pope R, Lockie RG, Dawes JJ, Schram B. Characterization of injuries suffered by mounted and non-mounted police officers. Int J Environ Res Public Health. 2023;20(2):1144. doi: 10.3390/ijerph20021144.

Zenf X, Trask C, Kociolek AM. Whole-body vibration exposure of occupational horseback riding in agriculture: A ranching example. Am J Ind Med. 2017;60(2):215-20. doi: 10.1002/ajim.22683.

Downloads

Publicado

02/24/2025

Edição

Seção

Artigos originais

Como Citar

Avaliação do estilo de vida, nível de atividade física e desconforto musculoesquelético de policiais militares do regimento de polícia montada. (2025). Fisioterapia Brasil, 25(6), 1865-1882. https://doi.org/10.62827/fb.v25i6.1038