Nutr Bras. 2024;23(5):1164-1180
doi:10.62827/nb.v23i5.3041

ARTIGO ORIGINAL

Análises bioquímicas e microbiológicas de garrafadas medicinais comercializadas em feiras livres no interior do Ceará, Brasil

Biochemical and microbiological analyzes of medicinal bottles sold in street markets in the interior of Ceará, Brazil

Fábio Morais da Silva1, Fernando Lima de Menezes2, Luanne Eugênia Nunes1, Jeferson Falcão do Amaral1, Antonia Franciany Araujo Coelho1, Maria do Socorro Moura Rufino1

1Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Redenção, CE, Brasil

2Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil

Recebido em: 28 de novembro de 2024; Aceito em: 10 de dezembro de 2024.

Correspondência: Maria do Socorro Moura Rufino, marisrufino@unilab.edu.br

Como citar

Silva FMS, Menezes FL, Nunes LE, Amaral JF, Coelho AFA, Rufino MSM. Análises bioquímicas e microbiológicas de garrafadas medicinais comercializadas em feiras livres no interior do Ceará, Brasil. Nutr Bras. 2024;23(5):1164-1180.doi:10.62827/nb.v23i5.3041

Resumo

Introdução: A demanda por garrafadas medicinais à base de ervas, vendidas em feiras livres, tem aumentado. Porém, o consumo diário pode oferecer riscos à saúde, tornando essencial o estudo dos compostos nelas presentes. Objetivo: Identificar as plantas utilizadas nessas garrafadas e avaliar sua qualidade, analisando aspectos físico-químicos, químicos, microbiológicos e os compostos funcionais. Métodos: Analisou-se os compostos bioquímicos e microbiológicos, em dez garrafadas medicinais (G1 ao G10), comercializadas em feiras livres no município de Redenção-CE. Os principais indicadores terapêuticos das amostras consistem em inflamação, cicatrização, ansiolítico, antiespasmódico, gastrite, úlcera, dentre outros. As análises realizadas incluíram pH, sólidos solúveis totais, vitamina C, polifenóis extraíveis totais, atividade antioxidante total (método ABTS) e análise microbiológica (contagem em placa por pour-plate). Resultados: As médias encontradas de pH e sólidos solúveis foram 3,7 e 3,1°Brix, respectivamente. As amostras G4 e G5 apresentaram a maior fonte de vitamina C (72 mg/100g) e a amostra G6, que possuía apenas romã em seu preparo, apresentou o maior teor em polifenóis (4,33 mg EAG/100g) e atividade antioxidante (3,26 mg/100g), comprovando os benefícios da fruta. Cinco amostras apresentaram crescimento microbiano, com 90% dentro do limite de bactérias (<10 UFC/mL). Quanto aos fungos, 50% estavam em conformidade (<10⁴ UFC/mL), evidenciando maior ênfase às boas práticas de fabricação da bebida medicinal. Conclusão: A produção de garrafadas medicinais varia conforme fatores como coleta e conservação. O pH, a sacarose e a vitamina C estão dentro dos limites aceitáveis, mas os polifenóis e antioxidantes são baixos.

Palavras-chave: Medicina popular; plantas medicinais; usos terapêuticos.

Abstract

Introduction: The demand for herbal-based medicinal beverages, sold in open-air markets, has increased. However, daily consumption may pose health risks, making it essential to study the compounds present in these drinks. Objective: To identify the plants used in these beverages and evaluate their quality by analyzing physical-chemical, chemical, microbiological aspects, and functional compounds. Methods: Biochemical and microbiological compounds were analyzed in ten medicinal beverages (G1 to G10) sold in open-air markets in Redenção-CE. The main therapeutic indicators of the samples include inflammation, healing, anxiolytic, antispasmodic, gastritis, ulcers, among others. The analyses included pH, total soluble solids, vitamin C, total extractable polyphenols, total antioxidant activity (ABTS method), and microbiological analysis (pour-plate method). Results: The average pH and total soluble solids were 3.7 and 3.1°Brix, respectively. Samples G4 and G5 showed the highest vitamin C content (72 mg/100g), while sample G6, which only contained pomegranate, had the highest polyphenol (4.33 mg GAE/100g) and antioxidant (3.26 mg/100g) levels, demonstrating the fruit’s benefits. Five samples showed microbial growth, with 90% within the bacteria limit (<10 CFU/mL). Regarding fungi, 50% complied with the recommended limit (<10⁴ CFU/mL), highlighting the importance of good manufacturing practices. Conclusion: The production of medicinal beverages varies according to factors such as collection and preservation. pH, sucrose, and vitamin C levels are within acceptable limits, but polyphenol and antioxidant levels are low.

Keywords: Medicine traditional; medicinal plants; therapeutic uses.

Introdução

O uso de plantas medicinais existe desde o surgimento do homem até a sua evolução, percorrendo gerações, onde são utilizadas de forma empírica no tratamento de doenças com base em experiências populares [1].

O Brasil possui grande biodiversidade em seu território, tendo o uso popular de plantas medicinais como uma alternativa de baixo custo para o tratamento de patologias existentes na sociedade brasileira, que adotam a prática da medicina popular em fins terapêuticos [2].

A propagação desses produtos que não são produzidos pelas indústrias e comercializados de forma livre, pode se tornar um problema de saúde pública, pelo número de plantas que são descobertas e utilizados para produzir as garrafadas, sem conhecimento científico sobre as ervas que são armazenadas em garrafas de plásticos ou em garrafas de vidro onde são conhecidas como garrafadas[3].

A produção dessas garrafadas apresenta grande complexidade, por existir vários tipos de plantas medicinais adicionadas de bebida alcoólica, como cachaça e vinho, para o veículo de conservação e extração do princípio ativo [4].

Quanto a disseminação cultural das garrafadas medicinais, sabe-se que não há uma fiscalização sanitária e regulamentação ao consumo como medicamento por parte da Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) [5].

No município de Redenção, interior do Estado do Ceará, é explícita a utilização desse produto medicinal pela população, que tem como preferência utilizar remédios caseiros, devida a fácil disponibilidade em feiras livres, bem como a praticidade em utilizar o produto sem receituário médico, sendo apenas recomendada pelos vendedores, em sua maioria raizeiros.

Esta prática comumente utilizada pela população local, carece de melhores estudos científicos, a fim de se possa evidenciar se a manipulação de plantas medicinais na fabricação das garrafadas pode tratar enfermidades básicas. Desta forma é de grande relevância obter conhecimento sobre esse produto medicinal e sua aplicabilidade, direcionada a saúde da população.

Identificou-se as plantas medicinais utilizadas em garrafadas comercializadas em feiras livres e avaliou-se a qualidade, quantificando os aspectos físico-químicos, químicos e microbiológicos, bem como os compostos funcionais.

Métodos

Obtenção das amostras

As garrafadas medicinais, no total de dez unidades, foram compradas de forma aleatória, em feiras livres no município de Redenção-Ceará. Em seguida, as garrafadas foram nomeadas em códigos, para facilitar a identificação e elaboração das tabelas com o perfil das amostras.

É importante destacar que todas as garrafadas apresentavam em seus rótulos, o nome popular da planta medicinal, modo de usar, tratamento adequado e data de validade. A seguir, estão apresentadas as principais indicações terapêuticas:

G1 - tratar patologias do estômago como úlceras e gastrite;

G2 - asseio vaginal e da pele;

G3 - tratar gripes, catarro e tosses;

G4 - tratar problemas de ereção aumentando o apetite sexual;

G5 - tratar alteração do ciclo menstrual, raladuras uterinas, cicatrização e ferimentos;

G6 - tratar dores urinárias em geral e reumatismo;

G7 - tratar ansiedade e insônia;

G8 - tratar problemas no estômago e propriedade anti-inflamatória;

G9 - tratar anemia e icterícia

G10 - fraqueza em geral

Com base nas informações contidas nos rótulos, a primeira etapa do trabalho foi a construção de uma tabela contendo as principais informações como: identificação da amostra; nome científico; nome popular, partes de uso de cada espécie e a indicação terapêutica. O arcabouço bibliográfico para essa primeira etapa consistiu na busca de bases de dados, tais como: Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências e Saúde (LILACS – Brasil), Medline-BIREME, Science Direct, Wiley Online Libray e Scientific Eletronic Library Online (SciELO-Brasil) contendo as seguintes palavras-chave: Garrafadas; Plantas Medicinais; Lambedores; Raizeiros e Curandeiros.

Considerando que não houve coleta de informações, dados pessoais e/ou material biológico dos raizeiros feirantes, todos os cuidados com os princípios éticos preconizados na Resolução CNS 466/2012 foram observados, especialmente no que diz respeito a origem da coleta das garrafadas e identificação dos vendedores.

Análises Laboratoriais

As análises físico-químicas, químicas e microbiológicas foram realizadas no laboratório de Frutos e Hortaliças, do Departamento de Engenharia de Alimentos (DEAL) da Universidade Federal do Ceará, localizado no município de Fortaleza-CE.

Identificação do pH e Sólidos Solúveis Totais (SST)

Para a identificação do pH utilizou-se o pHmetro de marca Kasui e um Béquer de 50 ml para manuseio das amostras. Inicialmente foi realizada a calibração do equipamento com a solução-tampão pH 4 e a solução-tampão pH 7. Após esse procedimento, foi adicionado 20 ml de cada garrafada, em triplicatas, para identificação.

A análise de SST contou inicialmente com a calibração do refratômetro, por meio da limpeza da superfície do prisma, utilizando água destilada e papel macio descartável, zerando o equipamento. Em seguida, foram realizadas as leituras de cada amostra de garrafada.

Quantificação de Vitamina C Total (VC)

A vitamina C foi quantificada pelo método titulométrico de Tillmans, utilizando o corante 2,6-diclorofenol indofenol (DFI) pela solução ácida de vitamina C [6]. Para calibração, a solução de Tillmans a 0,02% em contato com o meio básico ou neutro apresenta coloração azul e no meio ácido na cor rosa.

Para a quantificação da VC total utilizou-se um Erlenmeyer de 100 ml, contendo 1 ml da bebida medicinal, 4 ml de ácido oxálico e 45 ml de água destilada e em seguida foi realizada a titulação seguindo o protocolo em epígrafe. O resultado foi expresso em mg de ácido ascórbico por 100 mL ou 100 g da amostra, pela fórmula descrita a seguir:

Onde: AA (teor de ácido ascórbico em mg/100 mL ou mg/100 g); n’ - volume de 2,6-diclorofenolindofenol sódio em mL gasto na titulação da amostra; n - volume de 2,6-diclorofenolindofenol sódio em mL gasto na padronização e P - massa da amostra em grama ou volume de amostra usado na titulação [7].

Determinação do conteúdo de polifenóis extraíveis totais (PET)

Os polifenóis foram determinados através do método de Folin-Ciocalteau, utilizando ácido gálico como padrão, conforme metodologia descrita por Larrauri; Rupérez e Saura-Calixto (1997) e adaptada por [8]. A extração é realizada usando 1 a 25 g de amostra, dependendo do produto. Este ensaio baseia-se na oxidação dos grupos hidroxila dos fenóis, em meio básico, pelo reagente de Folin-Ciocalteau (que consiste na mistura dos ácidos fosfomolibídico e fosfotungústico). A redução deste reagente pelos compostos fenólicos produz uma mistura de óxidos de tungstênio e molibdênio de coloração azul característica, monitorados espetrofotometricamente.

Em tubos de ensaio foram adicionadas alíquotas de 0,5 mL da bebida medicinal, 0,5 mL do reagente Folin-Ciocalteau, 1,0 mL de Na2CO3 a 20% e 1,0 mL de água destilada. Os tubos de ensaio foram homogeneizados em agitador vortex e deixados em repouso fora do alcance da luz, por 30 minutos. Um reagente branco foi conduzido nas mesmas condições e foi construída uma curva analítica contendo 50, 40, 30, 20, 10, 0 µg.mL–1 de ácido gálico. A leitura foi realizada em espectrofotômetro a 700 nm, usando como referência a curva padrão de ácido gálico. Os resultados foram expressos em mg de ácido gálico por 100 g-1 de amostra.

Determinação da atividade antioxidante total (AAT) pelo método ABTS

O método do radical ABTS•+ consiste na produção deste radical a partir de seu precursor, o ácido 2,2’-azino-bis(3-etil-benzotiazolina-6-sulfônico). É um composto cromóforo, quimicamente estável e com alta solubilidade em água [9].

O método baseia-se na geração do ABTS•+, de cor azul esverdeado, por meio da reação da solução estoque de ABTS com persulfato de potássio. Com a adição de um antioxidante ocorre à redução do ABTS+ a ABTS promovendo a perda da coloração do meio reacional. A porcentagem de inibição do ABTS+ é determinada com base na extensão da perda de cor, utilizando o Trolox (6-hidroxi-2,5,7,8-tetrametilcromo-2-ácido carboxílico) como padrão, o qual é submetido às mesmas condições experimentais do antioxidante analisado.

A atividade antioxidante foi avaliada conforme a metodologia descrita por [8]. O radical ABTS•+ foi formado pela reação de 5 mL da solução ABTS 7 mM com 88 µL da solução de persulfato de potássio 140mM, incubados à temperatura ambiente e na ausência de luz, durante 16 horas. Uma vez formado, o radical foi diluído com etanol P.A. até a obtenção do valor de absorbância entre 700 e 705nm.

Utilizou-se uma alíquota de 30 µL de cada amostra da bebida medicinal e 3 mL de radical ABTS•+. A leitura espectrofotométrica foi realizada exatamente após 6 minutos, a partir da mistura do radical com a amostra da bebida medicinal a 734 nm.

A curva padrão de Trolox, gerada nas concentrações de 100 µM a 1.500 µM, foi obtida a partir dos valores das absorbâncias das diferentes concentrações de Trolox. Os valores da atividade antioxidante foram obtidos a partir da absorbância equivalente a 1.000 µM de Trolox, sendo os resultados expressos em µM Trolox.g-1 [8].

Análise microbiológica

Contagem do número total de microrganismos mesófilos

Para essa avaliação foi realizado o teste por método de contagem em placa em profundidade (pour-plate), conforme descrito na Farmacopeia Brasileira [10]. Esse teste é capaz de avaliar o número total de bactérias mesófilas e fungos em produtos não estéreis para uso oral ou tópico.

A análise das amostras foi realizada em capela de fluxo laminar e, por se tratar de soluções hidroetanólicas, a inativação da atividade antimicrobiana do etanol foi removida pelas diluições realizadas para o desenvolvimento da metodologia. A partir de 10 mL da amostra prepararam-se diluições seriadas, utilizando 90 mL de solução tampão cloreto de sódio-peptona pH 7,0.

Para todas as amostras foram realizadas as seguintes diluições: 1:10, 1:100 e 1:000, que foram posteriormente inoculadas em Ágar Caseína-Soja (TSA) e Ágar Sabouraud-Dextrose (ASD). Em todas as amostras analisadas, distribuíram-se alíquotas de 1 mL de cada diluição, no centro de placas de Petri (90 x 15 mm) estéreis, em seguida foram vertidos, separadamente, 18 mL de Ágar caseína-soja e Ágar Sabouraud-Dextrose fundidos, resfriados e mantidos entre 45 °C e 50 °C. Em seguida, as placas em duplicata foram homogeneizadas em movimentos de “8 ou S” e incubadas conforme as condições descritas no quadro 1.

Quadro 1 - Condições de cultivo e incubação para análise microbiológica

Microrganismos

Meio de cultura

Temperatura

Período de incubação

Bactérias

TSA

37 ºC

3 a 5 dias

Fungos

ASD

25 ºC

5 a 7 dias

Legenda: TSA – Ágar Caseína-Soja; ASD – Ágar Sabouraud-Dextrose.

Fonte: Farmacopeia Brasileira, 6ª ed. (BRASIL, 2019).

A contagem das colônias foi realizada apenas nas placas que apresentaram crescimento de no máximo 300 colônias no TSA e 100 colônias no ASD. Para quantificação do número de UFC/mL, a seguinte fórmula foi utilizada:

Onde: N = Nº de UFC/mL; P1 = nº de colônias na placa 1; P2 = nº de colônias na placa 2; D = Diluição utilizada.

Nas placas onde foi observada a ausência de crescimento, a contagem foi registrada como sendo menor, uma vez que a menor diluição correspondente.

Pesquisa de microrganismos patogênicos

A pesquisa de patógenos possibilita verificar a presença ou a ausência de microrganismos específicos em meios de cultura seletivos. Assim, nas amostras em que foram registradas a presença de contaminação microbiana, foram aplicados os testes confirmatórios para identificação de Escherichia coli, Salmonella spp, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus [10].

Para isso, transferiu-se com alça 10 µL do cultivo para placa de meio seletivo, o material enriquecido em meio não seletivo, usando o método de estrias em superfície. Ias placas foram incubadas por 24-48h à 37 ºC. Utilizou-se os meios seletivos descritos no quadro 2 para os respectivos microrganismos pesquisados. Colônias típicas desenvolvidas em cada um dos meios seletivos foram selecionadas para realização de provas bioquímicas, com o intuito da confirmação de cada patógeno em análise.

Quadro 2 - Pesquisa de microrganismos patogênicos

Microrganismos

Meio seletivo

Característica da colônia

Escherichia coli

Agar MacConkey

Colônias vermelho-tijolo

Salmonella spp,

Agar Salmonella Shigella

Colônias com centro negro

Pseudomonas aeruginosa

Ágar Cetrimide

Produção de pioverdina

Staphylococcus aureus

Ágar Manitol Salgado

Colônias amarelas

Fonte: Farmacopeia Brasileira, 6ª ed. (BRASIL, 2019).

Os produtos analisados foram avaliados baseando-se nos critérios preconizados pela Farmacopeia Brasileira [10] levando em consideração o tipo de matriz, como descrito na figura a seguir.

Fonte: Adaptado de Farmacopeia Brasileira, 6ª ed. (BRASIL, 2019).

Figura 1 - Limites microbianos para produtos não estéreis

Resultados

Identificação botânica

Por meio do levantamento bibliográfico de cada planta medicinal contida nos rótulos das garrafadas, foi possível identificar o nome popular, nome científico, parte utilizada de cada espécie vegetal e a indicação terapêutica, como aponta o quadro 3.

Quadro 3 - Identificação das espécies vegetais presentes nas garrafadas medicinais

Amostra

Nome

Popular

Nome científico

Como usar

Parte

Utilizada

Indicação

Terapêutica

G1

Unha de gato

Uncaria tomentosa

tomar um copo de 30 ml 3 vezes ao dia

folha e caule

anti-inflamatório e

antioxidante

Cajueiro

Anacardium occidentale

casca e caule

anti-inflamatório

Jucá

Caesalpinia

casca e folha

anti-inflamatório e

antioxidante

G2

Aroeira

Schinus terebinthifolia

fazer o asseio 3 vezes ao dia

casca

anti-inflamatório

Jucá

Caesalpinia

casca

anti-inflamatório e antioxidante

Ameixa

Prunus salicina

casca

anti-inflamatório

G3

Cajueiro

Anacardium occidentale

tomar um copo de 30 ml 2 vezes ao dia

casca

anti-inflamatório e antioxidante

Jurema

Mimosa tenuiflora

casca e folha

analgésico e antimicrobiano

Angico

Anadenanthera Macrocarpa

casca

cicatrizante

G4

Uxi-amarelo

Endopleura uchi

tomar um copo de 20 ml 3 vezes ao dia

casca e fruto

antioxidante e antibacteriano

Unha de gato

Uncaria tomentosa

casca e folha

anti-inflamatório e antioxidante

Babosa

Aloe vera

folha

anti-inflamatório e antibactericida

G5

Aroeira

Schinus terebinthifolia

tomar um copo de 20 ml 3 vezes ao dia

casca e folha

úlcera, gastrite e ferimento

Juca

Caesalpinia

casca e folha

anti-inflamatório e antioxidante

Cravo da Índia

Syzygium aromaticum

botão floral

Analgésico e antisséptico

G6

Gengibre

Zingiber officinale

tomar uma colher de sopa 3 vezes ao dia

raíz

expectorante e anti-inflamatório

Alho

Allium sativum

bulbo

anti-inflamatório e hipotensor

Romã

Punica granatum

fruto inteiro

anti-inflamatório e antioxidante

G7

Camomila

Matricaria chamomilla

tomar uma colher de sopa 3 vezes ao dia

folha

ansiolítico e anti-inflamatório

Cidreira

Melissa officinalis

folha

ansiedade, digestão e insônia

Hortelã

Mentha

folha

ansiolítico e antiespasmódico

G8

Laranja

Citrus × sinensis

tomar uma colher de sopa 3 vezes ao dia

casca e folha

antioxidante e digestivo

Boldo

Peumus boldus

folha

anti-inflamatório e antioxidante

Hortelã

Mentha

folha

ansiolítico e antiespasmódico

G9

Jenipapo

Genipa americana

tomar uma colher de sopa 3 vezes ao dia

casca e fruto

anemia e icterícia

G10

Espinheira santa

Maytenus ilicifolia

tomar uma colher

de sopa 3 vezes ao dia

folha

úlcera e gastrite

Cravo da índia

Syzygium aromaticum

folha

úlcera e gastrite

Análises físico-químicas e químicas

Para a verificação do pH, SST e vitamina C, os resultados encontram-se na tabela 1.

Tabela 1 - Determinação de pH, sólidos solúveis totais e vitamina C presentes em garrafadas medicinais comercializadas em feiras livres

Amostra

G1

G2

G3

G4

G5

G6

G7

G8

G9

G10

pH

3,93 ± 0,37

3,79 ± 0,00

3,69 ± 0,04

4,16 ± 0,00

3,49 ± 0,02

3,32 ± 0,01

3,65 ± 0,01

3,98 ± 0,01

3,39 ± 0,01

3,43 ± 0,00

SST (°Brix)

2,4 ± 0,05

1,4 ± 0,05

1,8 ± 0,05

2,4 ± 0,05

4,3 ± 1,53

4,4 ± 0,05

4,0 ± 0,05

2,7 ± 0,34

4,9 ± 0,15

3,0 ± 0,05

Vitamina C (mg/100g)

28,19 ± 0,00

15,66 ± 5,43

18,80 ± 9,40

72,05 ± 5,43

72,05 ± 5,43

12,53 ± 5,43

15,66 ± 5,43

34,46 ± 5,43

28,19 ± 0,00

9,40 ± 0,00

Legenda: Garrafadas: G1 - patologias do estômago como úlceras e gastrite; G2 - asseio vaginal e da pele; G3 - gripes, catarro e tosses; G4 - problemas de ereção e aumento do apetite sexual; G5 - alteração do ciclo menstrual, raladuras uterinas, cicatrização e ferimentos; G6 - dores urinárias em geral e reumatismo; G7 - ansiedade e insônia; G8 - problemas no estômago e propriedade anti-inflamatória; G9 - anemia e icterícia; G10 - fraqueza em geral. SST - Sólidos Solúveis Totais.

Quantificação de polifenóis extraíveis totais e atividade antioxidante total

Os resultados para polifenóis extraíveis e atividade antioxidante estão apresentados na tabela a seguir.

Tabela 2 - Quantificação de polifenóis extraíveis e atividade antioxidante presentes em garrafadas medicinais comercializadas em feiras livres

Amostra

G1

G2

G3

G4

G5

G6

G7

G8

G9

G10

PET (mg/100g)

3,09 ± 0,19

2,40 ± 0,06

2,19 ± 0,10

2,89 ± 0,54

0,91 ± 0,10

4,33 ± 0,25

1,16 ± 0,01

1,53 ± 0,42

2,03 ± 0,04

1,12 ± 0,13

AAT (mg/100g)

2,66 ± 0,16

1,49 ± 0,18

1,20 ± 0,04

0,33 ± 0,04

2,37 ± 0,89

3,26 ± 0,89

1,19 ± 0,33

1,43 ± 0,13

0,69 ± 0,12

1,59 ± 0,13

Legenda: Garrafadas: G1 - patologias do estômago como úlceras e gastrite; G2 - asseio vaginal e da pele; G3 - gripes, catarro e tosses; G4 - problemas de ereção e aumento do apetite sexual; G5 - alteração do ciclo menstrual, raladuras uterinas, cicatrização e ferimentos; G6 - dores urinárias em geral e reumatismo; G7 - ansiedade e insônia; G8 - problemas no estômago e propriedade anti-inflamatória; G9 - anemia e icterícia; G10 - fraqueza em geral. PET- Polifenóis Extraíveis Totais; ATT - Atividade Antioxidante Total.

Os valores para PET apresentaram uma variação de 0,91 a 4,33 mg de ácido gálico /100g da amostra analisada, levando a concluir um baixo teor desses compostos, quando comparado a frutas e verduras, por exemplo.

Os resultados encontrados nas garrafadas com atividades antioxidantes estão presentes em todas as amostras, algumas com valores baixos indicando que as amostras possuem pouca ou quase nenhuma ação antioxidante e outras amostras apresentam alguma atividade antioxidante. Todas as amostras foram aplicadas a curva de calibração conforme as figuras 2, 3
e 4.

Fonte: Labfrutos (UFC).

Legenda: Abs – absorbância

Figura 2 - Curva de calibração de análise G1 e G5

Fonte: Labfrutos (UFC).

Legenda: Abs – absorbância

Figura 3 - Curva de calibração de análise da garrafada G6

Fonte: Labfrutos (UFC).

Legenda: Abs – absorbância

Figura 4 - Curva de calibração das garrafadas G2, G3, G4, G7, G8, G9, G10

Análises Microbiológicas

Contagem do número total de microrganismos mesofílicos

De um total de 10 amostras de garrafadas analisadas, 5 apresentaram crescimento microbiano (Tabela 3).

Tabela 3 - Análise microbiológica das garrafadas medicinais comercializadas em feiras livres

Amostras

Contagem Total de Bactérias≈Aeróbias

Contagem Total de Bolores e Leveduras

Garrafada 1

1,57 x 104 UFC/mL

8 x 103 UFC/mL

Garrafada 2

2,85 x 102 UFC/mL

1,25 x 102 UFC/mL

Garrafada 3

1,78 x 103 UFC/mL

5 x 102 UFC/mL

Garrafada 4

5,8 x 103 UFC/mL

5,8 x 103 UFC/mL

Garrafada 5

>10

1,01 x 104 UFC/mL

Garrafada 6

>10

>10

Garrafada 7

1,5 x 103 UFC/mL

0,26 x 103 UFC/mL

Garrafada 8

0,7 x 103 UFC/mL

0,58 x 103 UFC/mL

Garrafada 9

>10

>10

Garrafada 10

>10

>10

Legenda: Garrafadas: G1 - patologias do estômago como úlceras e gastrite; G2 - asseio vaginal e da pele; G3 - gripes, catarro e tosses; G4 - problemas de ereção e aumento do apetite sexual; G5 - alteração do ciclo menstrual, raladuras uterinas, cicatrização e ferimentos; G6 - dores urinárias em geral e reumatismo; G7 - ansiedade e insônia; G8 - problemas no estômago e propriedade anti-inflamatória; G9 - anemia e icterícia; G10 - fraqueza em geral.

Quanto aos microrganismos patogênicos, os produtos analisados não apresentaram contaminação por Escherichia coli, Salmonella spp, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus.

Discussão

Identificação botânica

As feiras livres são conhecidas tradicionalmente como ambientes de grande fluxo comercial, expostas ao ar livre sendo consideradas como espaço de grande relevância por apresentar muito conhecimento em plantas exóticas e medicinais [11].

Um ponto de muita relevância em feiras livres é a prática da comercialização de garrafadas que vem crescendo, consideravelmente, pela tática socioeconômica que é desenvolvida pelos raizeiros [12].

A planta unha de gato (Uncaria tomentosa) é pertencente à família Rubiaceae e está presente na flora brasileira, sendo utilizada pela população devido as propriedades anti-inflamatórias, antivirais, como até para o tratamento do câncer de mama [13].

A casca do cajueiro (Anacardium Occidentale) é muito utilizada para tratar diabetes atuando também na redução de triglicerídeos, apresentando propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes que auxiliam ferimentos e problemas gastrintestinais [14].

O jucá (Caesalpinia) apresenta uma ação anti-inflamatória sendo utilizado para tratar dores na garganta, tosse e infecções respiratórias dentre outras enfermidades. Essa erva apresenta boa eficiência e não há relatos de toxicidade nas pessoas que utilizam a planta [15].

O uso popular da aroeira (Schinus terebinthifolia) se destaca no tratamento de enfermidades básicas, como infecções urinárias principalmente em mulheres. Dessa forma, o preparo para banhos de assento e chás é comumente utilizado. A aroeira também apresenta propriedades antifúngicas, cicatrizantes, antibacteriana e antioxidante [16].

A casca da ameixa (Prunus salicina.) é muito conhecida por ter ação cicatrizante, tratar doenças cardiovasculares e também atuar na regulação intestinal. A Ximenia como é conhecida cientificamente, apresenta grandes benefícios à saúde, sendo utilizada por meio de chás na promoção do emagrecimento e controle do apetite.

Jurema (Mimosa tenuiflor) é uma planta de uso popular com grande potencial terapêutico. Esta espécie, típica do nordeste brasileiro, vem sendo utilizada em enfermidades infecciosas advindas de fungos e bactérias [17].

Angico (Anadenanthera Macrocarpa) é uma espécie de planta medicinal utilizado para tratar enfermidades como bronquite agindo como expectorante e relaxante muscular, asma e enfermidades sexuais. Essa planta deve ser administrada com cuidado por haver relatos de efeitos colaterais como problemas intestinais, sonolência e problemas hepáticos [18].

A planta conhecida como uxizeiro (Endopleura uchi) é uma árvore de grande porte que pode chegar até 30 metros de altura. A casca retirada do caule da árvore é utilizada medicinalmente em tratamentos de enfermidades como artrite, colesterol como anti-inflamatório utilizado em forma de chás.

A babosa (Aloe vera) é uma planta medicinal que possui propriedades anti-inflamatórias atuando na aceleração das cicatrizações de úlceras e gastrite onde a mesma possui uma grande ação antimicrobiana contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, fungos e vírus [19].

Cravo da índia (Syzygium Aromaticum) apresenta propriedades analgésica e anti-inflamatória utilizado em chás e bebidas para combater atividades antibacteriano, doenças respiratórias. A utilização em forma de chá ajuda o intestino em seu funcionamento para que se tenha uma boa digestão. Popularmente o cravo é usado em enfermidades como dores de cabeça, garganta e febre.

Gengibre (Zingiber officinale) é uma raiz que apresenta muitos benefícios para a saúde atuando nas enfermidades de gastrite, resfriado, pressão alta, problemas circulatórios e ajuda no emagrecimento. Possui propriedades anti-inflamatórias, anticoagulantes, analgésica e antipirética [20].

O alho (Allium sativum) apresenta indicações terapêuticas usado no combate a gripes, resfriados, problemas pulmonares, asma e prevenção de doenças como demência. O alho apresenta propriedades como anti-inflamatório e antioxidante [21].

A romã (Punica granatum) é um fruto que apresenta ação farmacológica, antioxidante e hipoglicemiante. Popularmente o fruto é utilizado para tratar principalmente enfermidades da garganta diminuindo a inflamação e age no fortalecimento da imunidade, não sendo indicado em mulheres grávidas [22].

Camomila (Matricaria Chamomilla) é utilizada para relaxamento muscular, reduzir cólicas, estresse e ansiedade. Apresenta propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. O uso se dá através de chás, lambedores e garrafadas medicinais [23].

A erva cidreira (Melissa officinalis) é uma planta medicinal utilizada para tratar enfermidades como problemas digestivos, estresse e ansiedade. Apresenta inúmeros compostos bioativos, como flavonoides e fenólicos que podem ter propriedades relaxante, sedativa e anti-inflamatória, auxiliando nas enfermidades e sendo utilizada na forma de sucos e chás preferencialmente [24].

A hortelã (Mentha) é uma erva de origem asiática utilizada e cultivada em todo o mundo sendo bastante aceita como tempero, sucos, dentre outras áreas da gastronomia. É muito utilizada no tratamento de enfermidades por conter óleos essenciais rico em mentol que ajudam a diminuir cólicas uterinas, prisão de ventre, úlceras, aftas e atua como expectorante [25].

O jenipapo (Genipa americana) apresenta uma coloração amarronzada e pode ser utilizado na fabricação de licores e também para fins medicinais, a exemplo da casca do caule no combate a faringite, dores em geral e úlceras [26].

Análises físico-químicas e químicas

Diante das amostras analisadas de pH, SST e vitamina C (Tabela 1), algumas garrafadas obtiveram elevado teor de vitamina C, como as amostras G4 e G5 com valores que variam de 72,05mg/100g respectivamente.

Segundo a literatura, a dosagem diária de vitamina C, em pessoas adultas, para se ter um organismo saudável chega a ser de 90 mg ao dia para homens e 75 mg para as mulheres [27]. Dessa forma, as amostras G4 e G5 estão na média de acordo com os padrões sugeridos.

Quantificação de polifenóis extraíveis totais e atividade antioxidante total

Os baixos valores de PET (Tabela 2) podem ser devido as modificações que ocorrem no teor de polifenóis, principalmente pela forma de preparo da garrafada medicinal. Segundo estudos realizados os valores encontrados vão depender de alguns fatores como solo, clima e horário da colheita [28]

Pesquisa realizada por Peçanha et al. (2018) com chá verde, constatou-se um elevado teor de polifenóis totais (204,92 ± 2,92 mg/100g), em amostras elaboradas com extrato seco, para produção manipulada da droga vegetal em pó em formato de cápsula [29].

Na análise das garrafadas para a verificação de atividades antioxidante foi utilizado o método de ABTS. Essa atividade é verificada por meio da coloração da solução que se manifesta pelo radical ABTS, observada pelo auxílio do equipamento espectrofotômetro cujo comprimento de onda é de 740 nm [8]. Com a aplicação da espectrometria foi possível chegar aos valores presentes nas amostras das garrafadas que apresentaram atividades antioxidantes.

Análises Microbiológicas

Contagem do número total de microrganismos mesofílicos

O controle microbiológico em produtos não estéreis tem por objetivo determinar o número total de microrganismos e identificar as espécies microbianas para satisfazer as exigências microbiológicas farmacopeicas dos limites microbianos para produtos não estéreis comercializados e utilizados pela população, e desse modo, favorecer a melhoria da qualidade dos produtos de origem vegetal e fornecer subsídios aos órgãos sanitários para a monitorização e regulamentação desses produtos [10].

90% das garrafadas analisadas se encontram dentro dos limites estabelecidos pela Farmacopeia Brasileira [10] para contagem de bactérias (<10 UFC/mL). Entretanto com relação a contaminação por fungos, apenas 50% das preparações estão em conformidade com as recomendações (<104 UFC/mL), para produtos não estéreis em conformidade com as exigências preconizadas pela Farmacopeia Brasileira para esse tipo de produto (Tabela 3).

Quanto a presença dos patógenos Escherichia coli, Salmonella spp, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, as preparações vegetais analisadas encontram-se em conformidade com as exigências preconizadas pela legislação vigente.

Conclusão

A análise das amostras de garrafadas apresentou inúmeras ervas medicinais em sua composição. Diante de trabalhos publicados foi visto que não existe um método específicos onde todos possam seguir e realizar a produção dessas garrafadas sem ocorrer modificação na amostra desejada, por depender de muitos fatores que estão ligados a forma de coleta das plantas, o local dessa coleta, o tipo de água que estar sendo utilizada, o meio de conservante utilizado para a duração desse produto medicinal, o melhor horário para realizar a coleta destas ou seja não se tem um comprazimento perante os estudos apresentados.

Com relação a determinação do pH foi visto que os valores de acidez são aceitáveis com relação ao uso diário conforme os resultados da literatura. Para a verificação de sacarose por meio do SST, identificou a presença de açúcar nas amostras de garrafadas em uma quantidade relativamente aceitável, com relação a dose diária que é permitido até 50 gramas de açúcar.

Na verificação de vitamina C nas amostras de garrafadas foi observado que os valores foram satisfatórios perante os estudos apresentados com relação a dose diária tornando-se uma possível fonte dessa vitamina. Entretanto, os valores apresentados para polifenóis e antioxidantes, foram abaixo dos relatados na literatura. Possivelmente, devam existir na solução da garrafada medicinal outros compostos bioativos que atuam com mais eficácia no combate às doenças.

Embora a pesquisa apontou resultados satisfatórios, mostrando uma amplitude de plantas medicinais, devido a limitação de trabalhos na literatura, há necessidade de mais pesquisas, que abordem sobre as ervas que são comercializadas em feiras livres, para a produção das garrafadas medicinais em benefício da população que as utiliza para promover a saúde e bem-estar.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse de qualquer natureza.

Fontes de financiamento

Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP)

Contribuição dos autores

Concepção e desenho da pesquisa: Silva FM, Nunes LE, Amaral JF, Rufino MSM; Coleta de dados: Silva FM, Menezes FL; Análise e interpretação dos dados: Silva FM, Menezes FL, Nunes LE, Rufino MSM; Análise estatística: Silva FM; Redação do manuscrito: Silva FM, Coelho AFA; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Nunes LE, Amaral JF, Rufino MSM.

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