Dr. Hércules L. M. Campos1
1Editor Científico da Gerontologia Brasil
1Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB), Universidade Federal do Amazonas
1Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Faculdade de Educação Física e Fisioterapia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Brasil
1Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos Rurais, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Diamantina, Minas Gerais, Brasil
Correspondência: Dr. Hércules L. M. Campos, herculeslmc@hotmail.com
Como citar
Campos HLM. Brasil das velhas e dos velhos. Geronto Bras. 2025;1(1):1-2. doi:10.62827/gb.v1i1.0001
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2024, confirmou o que todos os estudos gerontológicos já apontavam: em breve o Brasil será um País de velhos! Na verdade, já há vários estados e cidades com quantitativo maior de pessoas idosas em relação a pessoas jovens. Esse envelhecimento acontece do Sul para o Norte do País, de modo que, em 2046, ao chegar ao Amazonas, fechar-se-á a maioria da população brasileira com pessoas acima dos 60 anos.
Em relação a isso, vale aproveitar este espaço para vencer o etarismo, o preconceito referente aos termos, o uso adjetivado e errado ao se referir à pessoa idosa. Não se deve dizer que a velhice é “a melhor idade”, ou “a terceira idade”, muito menos “velhinho”. Ser velho é uma conquista!
Para isso, usa-se o termo velho/velha na beleza que ele tem, cheio de histórias e significados. Dessa forma, tira-se da mente que velho é para ser descartado. Vale enfatizar que é só no Velho que há histórias, experiências, vivências, alegrias, marcas e muita, mas muita história para contar. Não quer ser velho? Então, terá de morrer cedo!
Nesse ínterim, resumidamente, a geriatria é uma especialidade médica e a gerontologia uma especialidade multiprofissional que conta com especialistas de todas as áreas do conhecimento, das exatas à saúde, que trabalham com qualquer vertente do envelhecimento.
Hoje, com muita alegria, é lançada para a ciência a Revista Gerontologia Brasil, pela tradicional e consolidada Atlântica Editora, com mais de 25 anos de história. A equipe científica é composta de professores e pesquisadores de várias universidades brasileiras e estrangeiras e com grande expertise em sua área de atuação. Conta-se, também, com pesquisadores e pareceristas de todo o Brasil e do exterior, a saber: Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade de Brasília (UnB), Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG), Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU) Portugal, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (FUNATI), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Centro de Ensino Superior de Foz do Iguaçu (CESUFOZ), Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID), Universidade de São Paulo (USP Ribeirão Preto), Universidade de São Paulo (USP capital) e Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM).
Começamos muito bem. Nesta edição, temos um estudo sobre um suplemento hipercalórico e hiperproteico para idosos, abrindo a possibilidade de acesso nutricional, pensando sobretudo nos desafios socioeconômicos do envelhecimento no Brasil. Outro artigo potente revela à ciência quem são e como estão funcionalmente os idosos rurais longevos do Amazonas. No estudo com 152 idosos independentes, observamos que o medo de cair e a autopercepção negativa do equilíbrio interferem negativamente na mobilidade funcional. Uma linda análise qualitativa revela toda a potencialidade do envelhecimento como mulher idosa no contexto amazônico; o texto desperta uma reflexão profunda sobre como são as florestas por lá. A vulnerabilidade clínico-funcional foi investigada em pessoas idosas com diabetes tipo 2, e constatamos que a incapacidade funcional e o nível de atividade física foram significativamente associados à fragilidade. A disfagia e seu impacto na qualidade de vida foram investigados em 258 pessoas idosas atendidas pelo SUS. Por fim, um rastreio nutricional, juntamente com a autopercepção de saúde, foi realizado em uma amostra representativa de pessoas idosas que envelhecem no contexto rural e/ou ribeirinho da Amazônia.
Estamos prontos para receber artigos originais, revisões sistemáticas, ensaios clínicos, relatos de casos e experiências, revisões integrativas, opiniões e editoriais que envolvam qualquer perspectiva do envelhecimento humano.
Com muito carinho lançamos a primeira edição da Revista Gerontologia Brasil!
Sejam bem-vindas e bem-vindos.