Termografia infravermelha: Integrando ciência e tecnologia no treinamento desportivo para reduzir lesões
Thatiana Lacerda Nobre1, Erico Chagas Caperuto1,2
1Universidade São Judas Tadeu (USJT), São Paulo, SP, Brasil
2Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP, Brasil
Como citar
Nobre TL, Caperuto EC. Termografia infravermelha: integrando ciência e tecnologia no treinamento desportivo para reduzir lesões. Fisioter. Bras. 2024;25(5):1645-1647. doi:10.62827/fb.v25i5.1029
Diariamente os atletas são expostos à uma série de sobrecargas físicas que provocam alterações morfológicas no músculo esquelético. E desta forma, o monitoramento da intensidade de treinamento e da progressão de quadros de lesões, se torna uma importante estratégia para ser utilizada nas diferentes modalidades esportivas [1,2].
A detecção das mudanças na temperatura basal vem se destacando como recurso para obter informações sobre o dano muscular, que no qual é baseado em sua relação com a inflamação e alterações do fluxo sanguíneo da pele [3,4]. Para este tipo de análise, a termografia infravermelha vem se destacando cada dia mais no cenário esportivo, pois, tem se mostrado ser uma ferramenta que revela padrões de distribuição da temperatura na pele [5-7], através da distribuição da radiação superficial durante a atividade física [8].
Para os atletas e profissionais envolvidos no treinamento, o conhecimento da temperatura corporal (central) e a temperatura da pele durante uma atividade física, sendo ela intensa ou não, é de grande importância para entender a sustentabilidade do trabalho muscular necessário, bem como para inferir uma possível associação da resposta termorreguladora com o desempenho atlético [6]. Após uma prova, o monitoramento do dano muscular se mostra importante para tentar melhorar a recuperação e assim, reduzir possíveis riscos de lesão [9,10].
Segundo Merla et al [11], este instrumento é capaz de avaliar a adaptação do fluxo sanguíneo cutâneo. Podendo também ser utilizada diariamente para a detecção de sobrecarga muscular, identificação de fadiga [12] e diagnóstico de traumas [13]. Hildebrandt e colaboradores [14] relatam que, as imagens térmicas são amplamente utilizadas como forma de apoiar outras avaliações e recursos médicos relacionados a identificação de várias fisiopatologias.
No cenário esportivo, este método de avaliação se justifica pela facilidade de diagnóstico de possíveis lesões musculoesqueléticas e até mesmo para preveni-las [15] principalmente após o treinamento [5]. E é por este caminho que a termografia infravermelha vem revelando ser um de grande confiabilidade e segurança, mesmo porque sua técnica de aplicação não é invasiva, o que a torna mais versátil para a aplicação, além de ser indolor [2]. Contudo, sua grande utilização ainda parece ser para a identificação de lesões musculares em atletas e quantificação da intensidade da carga nas sessões de treinamento. No entanto, esse rastreio térmico pode ser utilizado nas diferentes modalidades esportivas, o que colabora e orienta os treinadores quanto a característica de treino e os fisioterapeutas e médicos quanto a prevenção de lesões e/ou no afastamento de um determinado atleta em treinos e jogos, além de uma precisão na identificação de lesões, colaborando com uma melhor eficiência no tratamento e desta forma tratá-las de forma individualizada em cada atleta [1].
Sendo assim, sugere-se que a utilização da Termografia Infravermelha como ferramenta unida com técnicas de exames clínicos, poderá ser um complemento nas avaliações clínicas e dar suporte as decisões de detecção e prevenção de lesão.
Referências
1. Nobre, T.L., & Caperuto, E.C. (2024). A termografia infravermelha como aliada na prevenção e diagnóstico de lesões musculoesqueléticas no esporte: Uma revisão narrativa. Leopoldianum. 50 (140), 45-58. https://doi.org/10.58422/releo2024.e1476
2. Côrte, A.C.R., & Hernandez, A.J. Termografia médica infravermelha aplicada medicina do esporte. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 22, p. 315–9. Jul – Ago. 2016. https://doi.org/10.1590/1517-869220162204160783
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5. Bandeira, F. et al. Pode a termografia auxiliar no diagnóstico de lesões musculares em atletas de futebol? Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 18, n. 4, p. 246-251, Jul. 2012. https://doi.org/10.1590/S1517-86922012000400006
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8. Hillen, B., Pfirrmann, D., Nagele, M., Simon, P. Infrared thermography in exercise physiology: the dawning of exercise radiomics. Sports Med. v. 50, n. 2, p. 263–282. Feb. 2020. https://doi.org/10.1007/s40279-019-01210-w.
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10. Mujika, I. Quantification of Training and Competition Loads in Endurance Sports:Methods and Applications. International journal of sports physiology and performance, v. 12(Suppl 2), p. S29–S217. Apr. 2017. https://doi.org/10.1123/ijspp.2016-0403
11. Merla, A., Mattei, P. A., Di Donato, L., Romani, G. L. Thermal imaging of cutaneous temperature modifications in runners during graded exercise. Annals of biomedical engineering, v. 38, n. 1, p. 158–163. Jan. 2010. https://doi.org/10.1007/s10439-009-9809-8
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13. Korman, P. et al. Changes in body surface temperature during speed endurance work-out in highly-trained male sprinters. Infrared Phys. Technol, 78, 209–213. Sep. 2016. https://doi.org/10.1016/j.infrared.2016.08.003
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