Veja as Flores! Onde estão os frutos?
DOI:
https://doi.org/10.62827/eb.v24i3.4060Resumo
Aquela ciência que aprendemos na escola e, obviamente, na época da adolescência não se insere nesse contexto. Médicos voltados exclusivamente para pesquisa de ponta no Brasil são escassos. A falta de investimentos significativos, associada à instabilidade político-governamental, representa grandes entraves. É impossível que um aluno de mestrado, doutorado e mesmo pós-doutorado produza com o capital ofertado pelas “grandes” fundações, conselhos e instituições brasileiras.
Pesquisas que se revelam promissoras são exportadas junto ao pesquisador. Além disso, quando possuímos algum artigo de relevância média, não buscamos nossas revistas entregamos de bandeja ou mesmo pagamos por nossa propriedade intelectual. Posteriormente, compramos com preços mais altos.
Podemos nos comparar ao café e à cana-de-açúcar. Faltam laboratórios, equipamentos, insumos e financiamento. Não há um ambiente onde a ciência possa ser feita e, sem isso, não há como formar ou manter médicos-cientistas.
Atualmente, a qualidade técnica dos novos alunos de mestrado e doutorado está extremamente fraca com trabalhos que, antes, nem eram considerados para notas mínimas de término de graduação. Existe uma forte tendência de que os programas de mestrado acabem… sabemos disso. A ausência de pensamento científico gera um custo humano e financeiro muito alto para o Brasil. Para que pensar se existem os guidelines e consensos?
Infelizmente, alguns partem dessa premissa. Hoje, conselhos brigam por provas de títulos, avaliações de futuros colegas médicos e outras trivialidades. Mas esquecem de um ponto nevrálgico! Deparamo-nos com um volume excessivo de exames e medicamentos prescritos sem critério; pois, por anos, foi criado uma espécie de algoritmo de prática médica, que é baseado apenas em diretrizes, mas sem reflexão crítica, e isso leva à perda de eficácia e, consequentemente, ao empobrecimento do pensamento fora das quatro linhas.
O médico precisa entender o contexto e fazer as perguntas certas é assim que se inicia uma pesquisa. Algumas semanas atrás, conversei com um amigo italiano sobre nossas realidades especialmente em relação à fuga de cérebros e à dificuldade de manter talentos no país.
Ninguém quer deixar o seu “fruto” científico no Brasil só por amor.
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Copyright (c) 2025 Marco Antônio Orsini, Marcos RG de Freitas, Carlos Henrique Melo Reis, Acary Bulle Oliveira, Luciana Armada (Autor)

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