Tuberculose drogarresistente em Alagoas: um estudo epidemiológico
DOI:
https://doi.org/10.62827/eb.v24i2.4050Palavras-chave:
Tuberculose; Epidemiologia; Resistência a Medicamentos; Interrupção do Tratamento.Resumo
Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e contagiosa, de origem bacteriana, que pode se manifestar nas formas pulmonar e extrapulmonar. Seu desenvolvimento está relacionado a fatores endógenos, como a resposta imunológica, e exógenos, como condições socioeconômicas. Objetivo: Analisou-se a situação da tuberculose resistente a medicamentos (TB-DR) no Estado de Alagoas no período de 2019 a 2024. Métodos: Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, descritiva, retrospectiva e de abordagem quantitativa, baseado em dados secundários. Para análise das características epidemiológicas, foram selecionadas as variáveis: gênero, raça/cor, escolaridade, cidade de residência, faixa etária, início e término do tratamento, tipo de entrada (caso novo, recidiva, após abandono e falência), tipo de resistência (primária ou adquirida), padrão de resistência inicial e atual, forma clínica, situação de encerramento, Tratamento Diretamente Observado (TDO), tratamentos anteriores, diagnóstico de baciloscopia e resultado de cultura. Resultados: Houve predomínio do gênero masculino 82,40% (n=61), cor parda 86,50% (n=64), idade entre 30 a 44 anos 29,73% (n=22) e escolaridade compreendendo de 4 a 7 anos de estudos 32,43% (n=24). Com relação aos aspectos clínicos, 98,65% (n=73) dos indivíduos apresentaram a forma pulmonar, que é a forma clínica de transmissão da doença. Quanto a evolução, apenas 25,68% (n=19) obtiveram alta com cura e 36,48% (n=27) abandonaram o tratamento da TB-DR. Os achados reforçam a complexidade do manejo da TB-DR, com destaque para as barreiras assistenciais, a baixa taxa de cura e o abandono do tratamento, evidenciando a necessidade de estratégias integradas e mais eficazes de diagnóstico, acompanhamento e suporte ao paciente. Conclusão: A tuberculose continua sendo um sério problema de Saúde Pública em Alagoas, especialmente devido aos casos de abandono do tratamento, que favorecem o surgimento de cepas resistentes e reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas ao diagnóstico precoce, adesão terapêutica e manejo adequado da doença.
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