Enferm Bras. 2024;23(3):1705-1721
doi:10.62827/eb.v23i3.4015

ARTIGO ORIGINAL

As diferentes tipologias do empreendedorismo na enfermagem

Sheila Ramos Bastos1, Francisco Carlos Pinto Rodrigues1, Carine Amabile Guimarães1, Márcia Betana Cargnin1, Mônica da Silva Santos1

1Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Campus Santo Ângelo (URI), RS, Brasil

Recebido em: 17 de junho de 2024; Aceito em: 17 de julho de 2024.

Correspondência: Mônica da Silva, monika_cem@hotmail.com

Como citar

Bastos SR, Rodrigues FCP, Guimarães CA, Cargnin MB, Santos MS. As diferentes tipologias do empreendedorismo na enfermagem. Enferm Bras. 2024;23(3):1705-1721. doi:10.62827/eb.v23i3.4015

Resumo

Objetivo: conhecer as atividades desenvolvidas pelo enfermeiro empreendedor e identificar os principais desafios encontrados durante a sua atuação profissional. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quali-quantitativa, realizada com enfermeiros empreendedoras que atuam na Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Utilizou-se um questionário on-line para coleta de dados. A análise dos dados foi realizada mediante análise de conteúdo das falas. Resultados: Identificou-se que os profissionais estão inseridos no cenário da estética, cuidados paliativos, práticas integrativas e complementares, como a aromaterapia, entre outras. Conclusão: Os profissionais participantes compreendem a importância de se debater sobre o assunto, devido ao receio e lento ganho de confiança por parte da comunidade para a atuação do enfermeiro fora do âmbito mais conhecido, o hospitalar. Estes também enfrentam desafios ao empreender, nem sempre ensinados em suas formações, incluindo marketing, postura com clientes e na gestão financeira de seus empreendimentos.

Palavras-chave: Enfermagem; autonomia profissional; empreendedorismo; saúde.

Abstract

He different typologies of entrepreneurship in nursing

Objective: to understand the activities carried out by entrepreneurial nurses and identify the main challenges encountered during their professional performance. Methods: This is a descriptive research with a qualitative and quantitative approach, carried out with entrepreneurial nurses who work in the Northwest Region of the State of Rio Grande do Sul. An online questionnaire was used to collect data. Data analysis was carried out through content analysis of the statements. Results: It was identified that professionals are inserted in the scene of aesthetics, palliative care, integrative and complementary practices, such as aromatherapy, among others. Conclusion: The participating professionals understand the importance of debating the subject, due to the fear and slow gain of trust on the part of the community for nurses to work outside the best known context, the hospital. They also face challenges when starting out, which are not always taught in their training, including marketing, dealing with customers and the financial management of their ventures.

Keywords: Nursing; professional autonomy; entrepreneurship; health.

Resumen

Las diferentes tipologías de emprendimiento en enfermería

Objetivo: comprender las actividades realizadas por enfermeros emprendedores e identificar los principales desafíos encontrados durante su desempeño profesional. Métodos: Se trata de una investigación descriptiva, con enfoque cualitativo y cuantitativo, realizada con enfermeros emprendedores que actúan en la Región Noroeste del Estado de Rio Grande do Sul. Se utilizó un cuestionario en línea para la recolección de datos. El análisis de los datos se realizó mediante análisis de contenido de las declaraciones. Resultados: Se identificó que los profesionales están insertos en el escenario de la estética, cuidados paliativos, prácticas integradoras y complementarias, como la aromaterapia, entre otras. Conclusión: Los profesionales participantes comprenden la importancia de debatir el tema, debido al miedo y la lenta ganancia de confianza por parte de la comunidad para que el enfermero actúe fuera del contexto más conocido, el hospital. También enfrentan desafíos al comenzar, que no siempre se enseñan en su capacitación, incluido el marketing, el trato con los clientes y la gestión financiera de sus emprendimientos.

Palabras-clave: Enfermería; autonomía profesional; emprendimiento; salud.

Introdução

Diante das inovações e avanços na área da saúde, a enfermagem em uma perspectiva mais ampla, se entrelaça ao empreendedorismo que, por sua vez, remete ao desenvolvimento de algo novo, um setor cada vez mais atrativo para além dos muros do cuidado convencional atribuído à enfermagem [1]. A visão empreendedora no âmbito da enfermagem assume características tanto comerciais quanto sociais, associadas à (re) criação de algo para gerar benefícios de mercado.

O empreendedorismo se configura por meio de associações criativas e da capacidade de gerar processos, tendo como finalidade emancipar indivíduos, famílias e comunidades. Nesse contexto, o cuidado empreendedor de enfermagem não só pode como deve ser considerado um fenômeno complexo, sistematizado por meio das múltiplas relações, interações e associações sistêmicas, com a finalidade de promover o cuidado de forma integral e articulando-o com os demais setores da sociedade [2].

A normalização do empreendedorismo na enfermagem tornou possível a atividade já prevista por meio da Resolução do Conselho Federal de Enfermagem - COFEN nº 685/2022 [3], a qual institui a concessão de Anotação de Responsabilidade Técnica nos Serviços de Enfermagem prestados de forma autônoma e/ou liberal e resolve:

Instituir a concessão de Anotação de Responsabilidade Técnica nos Serviços de Enfermagem prestados de forma autônoma e/ou liberal por enfermeiros, na condição de pessoa física ou jurídica, visando o amparo legal de os enfermeiros poderem atuar de forma autônoma e/ou liberal mediante contratos de prestação de serviços visando a realização de trabalhos relacionados a consultorias e de programas e projetos em sua área de atuação, nos termos da legislação de regência da profissão.

Os enfermeiros que empreendem preenchem lacunas no atual sistema de prestação de cuidados de saúde, contribuindo com o desenvolvimento de produtos e serviços direcionados a tecnologia aprimorada, sistemas de segurança e software, sendo esse o proprietário de um negócio que oferece serviços de enfermagem de natureza assistencial direta, educacional, de pesquisa, administrativa ou consultiva [4].

Especificamente por meio de construções empreendedoras de saúde, aos enfermeiros são ofertadas oportunidades de desenvolver suas funções enquanto profissionais autônomos e independentes, buscando abordar disparidades e melhor acesso aos serviços de saúde. O enfermeiro só consolida seu grau de autonomia profissional quando desfruta da capacidade de orientar-se por seus próprios meios, com independência moral e intelectual, passando a tomar decisões conscientes entre as opções disponíveis das quais estabelece sua prática coletiva ou individual, conseguindo assim conferir valor e reconhecimento social às suas ações [5,6].

O empreendedorismo compreende a criação de algo novo, de valor, depois carece de devoção, comprometimento, de tempo, de esforço para fazer a empresa crescer. Necessita de ousadia, que se assumam riscos calculados, que se tomem decisões críticas e que não se desanimem com as falhas e erros [7].

A definição de empreendedor se dá como um herói no universo dos negócios, pois esse ator promove inovações que favorecem o crescimento da economia, agregando espírito de liderança que contribui para o fortalecimento e progresso da economia. Ainda, o empreendedor é alguém que está disposto a assumir os riscos e benefícios do aproveitamento de oportunidades que outras pessoas em seu lugar veriam como um empecilho [8]. O empreendedorismo vislumbra possibilidades de lucratividades e autonomia, proporcionando ao enfermeiro alcançar essa autonomia profissional. Tendo em vista que esse segmento comercial vislumbra o sucesso de um negócio ou uma ideia por meio de ousadia, criativo e capacidade de criar soluções inteligentes para as adversidades que surgirem, é necessário que além de preparo técnico, o enfermeiro tenha coragem para se arriscar no empreendedorismo [9].

De acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), existem no Brasil aproximadamente 345 empresas registradas com o termo “Enfermagem”. Além desses empreendimentos especializados, profissionais da área possuem outros tipos de negócio, como comércio de produtos e desenvolvimento de tecnologias para atender demandas do mercado de saúde, que é amplo, diversificado e oferece inumeráveis oportunidades de negócio [10].

Diante dessas considerações, a pesquisa partiu do questionamento: qual a situação do enfermeiro empreendedor no mercado de trabalho? Os objetivos foram conhecer as atividades desenvolvidas pelo enfermeiro empreendedor e identificar os principais desafios encontrados durante a sua atuação profissional, apontando a importância do empreendedorismo na área da enfermagem, na ótica dos empreendedores.

Métodos

Trata-se de um estudo de abordagem quali-quantitativa, de caráter descritivo. Participaram do estudo 13 enfermeiros empreendedores que atuam na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, seja em consultórios, instituições de home care, consultorias e auditorias. A escolha dos participantes se deu por acessibilidade. Os critérios de inclusão foram: aceite e consentimento formal da sua participação, ser um enfermeiro que exercesse atividades empreendedoras há, pelo menos, um ano, possuir registro profissional ativo no Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (COREN), registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), ser Microempreendedor Individual (MEI) ou autônomo empreendedor.

A coleta de dados foi realizada de setembro a outubro de 2023, por meio de um questionário criado a partir da ferramenta Google Forms® e disponibilizado aos participantes via link pelo aplicativo WhatsApp®. Antes de enviar o questionário os pesquisadores entraram em contato com os participantes a fim de explicitar sobre o estudo e solicitar o número do seu WhatsApp®, caso concordassem em participar.

O questionário foi elaborado em dois blocos: o primeiro com questões sobre o perfil sociodemográfico dos participantes (idade, sexo, cidade e/ou local de atuação), e o segundo com perguntas abertas, que visaram entender sobre a atuação do enfermeiro empreendedor as atividades desenvolvidas pelo profissional, suas facilidades e dificuldades vivenciadas na construção de sua identidade profissional.

Para garantir o sigilo da identidade dos participantes, seus nomes foram substituídos pela letra “E” (Enfermeiro), seguido da numeração correspondente a ordem da entrevista (E1, E2, E3...), e, assim, sucessivamente. A coleta foi sustentada pela técnica Bola de Neve [11], com os dados analisados por meio da técnica de análise de conteúdo das falas. As transcrições das respostas do questionário foram descritas fielmente. Em uma abordagem quali-quantitativa são coletados dados quantitativos (idade, sexo, etc.), além dos qualitativos, ou seja, que não podem ser quantificados, pois requer descrições detalhadas [12,13]. Para esses dados adotou-se a análise de conteúdo das falas, a qual pauta-se nas seguintes etapas: 1) pré-análise; 2) exploração do material, categorização e codificação; 3) tratamento dos resultados, inferências e interpretação. Na pré-análise, o material é organizado, na exploração do material, os dados são codificados e organizados. Por fim, os dados coletados foram categorizados e discutidos [14,15].

Quanto aos aspectos éticos, a pesquisa atendeu o disposto na resolução 466/2012, que trata de pesquisas envolvendo seres humanos, e, obteve parecer consubstanciado favorável do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões no campus Santo Ângelo, RS, sob número 6.307.515. Todos os participantes concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Resultados

Dados sociodemográficos e diversas áreas de atuação na enfermagem

Dentre os entrevistados, onze 11 (84,6%) eram do sexo feminino, com idade entre 23 e 59 anos. Os participantes atuam em municípios situados ao Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, a saber: Santo Ângelo (69,2%), Santa Rosa (15,4%), São Luiz Gonzaga (7,7%), Três de Maio (7,7%) e Catuípe (7,7%) (Tabela 1).

Tabela 1 – Distribuição dos participantes quanto ao sexo, idade e local de atuação profissional

Participante

Sexo

Idade

Local de Atuação

E1

Feminino

39

Santo Ângelo

E2

Masculino

35

Três de Maio e Santa Rosa

E3

Feminino

52

Santo Ângelo

E4

Feminino

27

Santa Rosa

E5

Feminino

46

Santo Ângelo

E6

Feminino

36

São Luiz Gonzaga

E7

Feminino

32

Santo Ângelo e região

E8

Feminino

58

Santo Ângelo

E9

Feminino

48

Santo Ângelo

E10

Masculino

46

Santo Ângelo

E11

Feminino

23

Catuípe

E12

Feminino

36

Santo Ângelo

E13

Feminino

31

Santo Ângelo

Fonte: Elaborado pelos autores (2023)

De acordo com as áreas de atuação do enfermeiro, constatou-se a estética, serviço de vacinação e entre outras (Tabela 2).

Tabela 2 – Áreas de atuação dos participantes do estudo

Participante

Áreas de atuação do enfermeiro

E1

Enfermeira Esteticista

E2

Estomoterapeuta

E3

Terapias Integrativas

E4

Enfermeira Esteticista

E5

Cuidados Paliativos e Doula da Morte

E6

Consultoria de Enfermagem, Ensino e Auriculoterapia

E7

Consultoria materno infantil e amamentação

E8

Enfermeira vacinadora

E9

Proprietário de Home Care

E10

Proprietário de Instituição de Longa permanência de idosos (ILPI)

E11

Enfermeira Consultora de amamentação

E12

Enfermeira Dermatológica e Podiatria

E13

Consultora do Sono Infantil

Fonte: Elaborado pelos autores (2023)

Os achados refletem a diversidade do cenário profissional, e se distribuem da seguinte forma: Autônomos (61,5%), proprietários de empresas com CNPJ (30,8%) e microempreendedores individuais (7,7%).

Principais desafios enfrentados pelos enfermeiros durante o processo de desenvolvimento dos seus projetos empreendedores

Os relatos dos participantes destacam desafios relacionados à valorização e reconhecimento da enfermagem, enfrentando preconceitos e falta de compreensão sobre a amplitude das habilidades dos enfermeiros. No geral, há uma luta constante por todos para superar estigmas e promover o reconhecimento adequado da profissão de enfermagem.

O desafio foi mostrar para as pessoas que o enfermeiro é um profissional com capacidade igual a outros profissionais como médico, fisioterapeuta, dentistas…e pode sim trabalhar autônomo. (E3)

As pessoas em geral não conhecem o trabalho da enfermagem e tudo que somos habilitados, algumas pessoas demoraram a entender que eu ainda era enfermeira mesmo trabalhando na estética. E que a minha graduação era essencial para desempenhar esse trabalho. (E4)

No primeiro ano foi mais difícil, acredito que foi um processo de tempo para a comunidade conhecer e poder confiar. (E10)

Dificuldade de me tornar conhecida [...] ser nova na área e as pessoas não sentirem confiança pela pouca experiência. (E11)

Destacou-se a necessidade de mostrar que enfermeiros possuem habilidades equivalentes a outros profissionais, como médicos, fisioterapeutas e dentistas, podendo atuar de forma autônoma. (E3)

Acredito que seja mais cultural, o reconhecimento de alguns clientes, de alguns colegas de profissão e também alguns da classe médica quanto a uma enfermeira empreendendo e também a questão da valorização do trabalho (R$). (E12)

A falta de conhecimento sobre a amplitude das habilidades da enfermagem levou a uma demora na compreensão de que mesmo atuando na estética, a profissional mantinha sua identidade de enfermeira e que a graduação era essencial para o desempenho do trabalho. (E4)

Ainda, os profissionais encontram desafios na captação de clientes no momento em que decidem empreender:

Dificuldade de me tornar conhecida, o Instagram não entregar o conteúdo, ser nova na área e as pessoas não sentirem confiança pela pouca experiência. (E11)

Inúmeros desafios, principalmente depender da rede social para tal. (E13)

Ao empreender, a distribuição de folders entre médicos e hospitais foi uma estratégia desafiadora, uma vez que a dimensão das redes sociais [digitais] não era tão expressiva no empreendedorismo naquela época. (E7)

A dificuldade em se tornar conhecida, a entrega de conteúdo limitada pelo Instagram (E10)

Diversos desafios, especialmente a dependência das redes sociais, marcam a jornada empreendedora. (E12)

Há uma determinada desvalorização social nas áreas “não-convencionais” de atuação do profissional enfermeiro.

O desafio na área da enfermagem empreendedora é evidente, exigindo a demonstração de competência profissional. (E1)

Os desafios também envolvem o autoconhecimento e superação do preconceito em discutir sobre a morte. (E5)

O profissional enfermeiro ainda pode enfrentar dificuldades na gestão financeira do seu empreendimento.

Enfrentou-se a concorrência de preços locais e de grandes empresas estaduais e da Região Sul, bem como os desafios dos valores elevados na internet, impactando a captação e a manutenção. (E2)

O conhecimento profundo do trabalho realizado e os valores percebidos, embora possam ser considerados elevados pelos clientes, são mínimos em comparação com toda a formação necessária. (E6)

O desafio cotidiano relaciona-se ao poder aquisitivo das pessoas, especialmente no contexto de vacinas caras e a falta de compreensão sobre seu valor para a saúde. (E8)

Existe também uma demora no processo de iniciar o empreendimento até a captação suficiente de clientes:

Esperar que confiassem em mim e no meu trabalho. (E7)

O primeiro ano de empreendimento foi particularmente desafiador, demandando tempo para que a comunidade conhecesse e confiasse no trabalho oferecido. (E9)

A desconfiança devido à pouca experiência foram obstáculos a serem superados. (E10)

A valorização do trabalho e o reconhecimento cultural, tanto por clientes quanto por colegas de profissão e membros da classe médica, são desafios persistentes para uma enfermeira empreendedora. (E11)

A importância do empreendedorismo na enfermagem e o desenvolvimento de novas atribuições

A autonomia na prestação de serviços é destacada, permitindo atuação não apenas em hospitais, mas também em clínicas de forma independente.

Empreendedorismo na enfermagem é dar valor a várias atividades que nós enfermeiros já realizamos há décadas. É não tirar o amor, mas mostrar que não é só de amor que vive a enfermagem. Empreender na enfermagem é tornar a nossa profissão valiosa, assim como dos outros colegas da área da saúde, que na questão de empreender, infelizmente estão à nossa frente. Mais puramente, empreender na Enfermagem é ressignificar o nosso trabalho, e nos valorizar profissionalmente e financeiramente, estudando, sendo ético e eficiente para nossos pacientes/clientes. (E2)

A enfermagem hoje tem seu campo de atuação com uma abrangência enorme podendo além de trabalhar em hospitais e em saúde pública trabalhar em clínica com autonomia. Somos profissionais capacitados e respaldados pelo conselho de classe para oferecer nossos serviços de maneira autônoma. (E3)

Vejo que é uma forma de ser melhor remunerada e mais valorizada. Não foi uma escolha fácil. (E7)

É poder fazer o que ama, porém com disponibilidade de horário, de organização da agenda conforme necessidade. É buscar se desafiar todos os dias para capturar clientes. (E13)

Identificar o momento ideal para empreender envolve uma combinação única de fatores, tais como:

“A busca por expansão de conhecimento” (E1).

Ou envolve a percepção de:

“Uma real possibilidade de sustento inicial equiparável ao de empregos tradicionais” (E2).

Para alguns são, como no caso de:

“Experiências insatisfatórias na área hospitalar” (E4)

“À busca por melhorias financeiras e mudança de área” (E5)

O empreendedorismo torna-se uma alternativa atraente. A transição de um emprego fixo para a autonomia empresarial é vista como:

“Uma escolha sensata para ampliar a visão e criar uma rotina de trabalho mais gratificante” (E2). “Identificar-se fora dos ambientes convencionais de serviço” (E7)

“Realizar uma análise criteriosa do cenário, mercado e concorrência” (E10) são indícios cruciais.

Enquanto alguns veem o início do empreendimento como:

“O momento em que estão preparados para resolver os desafios propostos” (E6).

Outros destacam:

“A importância do planejamento, conhecimento específico e a oportunidade de trabalho como elementos-chave” (E12).

Discussão

O empreendedorismo no campo da enfermagem não só fortalece a autonomia profissional, mas também abre portas para inovações no cuidado à saúde. Seja por meio de iniciativas empresariais, intraempreendedorismo ou ações sociais, os enfermeiros podem desempenhar um papel crucial na melhoria dos serviços de saúde e na valorização da profissão [22].

Participantes do estudo

O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), em 2018, por meio da Resolução nº 581, aprova a lista das especialidades dos profissionais enfermeiros, estando as linhas de atuação do enfermeiro, conforme o documento, dentre grandes áreas: saúde coletiva; saúde da criança e do adolescente; saúde do adulto; saúde do idoso e urgência e emergência; atividades de gestão; atividades de ensino e pesquisa [16].

Em um estudo similar de Duarte, participantes demonstraram diversas áreas de atuação na enfermagem, corroborando com as analisadas neste trabalho, tais como: terapia alternativa; serviços estéticos, depilação a laser e procedimentos cosméticos; locação de equipamentos; produção de bens; podologia; consultoria; gerenciamento de projetos; casas de repouso; clínicas de atendimento domiciliar e curativos; educação; saúde ocupacional; transporte de pacientes; pesquisa; serviços de treinamento, preparação e cursos de desenvolvimento profissional; comércio e marketing de produtos; atendimento a crianças e adolescentes; desenvolvimento de software e consultório privado [17].

Essas atividades representam uma abordagem inovadora e viável para a conexão da enfermagem com outras práticas, programas de pesquisa, juntamente com atividades de consultoria e orientação, favorecendo um espaço significativo no currículo dos enfermeiros. Adicionalmente, observou-se a utilização de ferramentas de mídias sociais para impulsionar seus empreendimentos e promover [18].

Autores destacam diversos fatores que promovem o fomento ao empreendedorismo de negócios. Este documento explora esses elementos, examinando o papel do envelhecimento populacional, a disposição das gerações em investir em saúde, a terceirização e a demanda por serviços não contemplados pelo setor público ou planos de saúde; bem como as tendências sociais relacionadas a estilos de vida, conveniência e saúde preventiva [19].

Esses fatores refletem em oportunidades significativas para empreendedores no setor de saúde. As tendências sociais relacionadas a estilos de vida, conveniência e saúde preventiva também indicam uma mudança nas preferências do consumidor, criando um ambiente propício para inovações e novos negócios.

O empreendedorismo na enfermagem é possível devido a busca de novas oportunidades, proatividade, persistência, riscos calculados, qualidade, eficiência, comprometimento, busca de informações, estabelecimento de metas, independência e autoconfiança. Portanto, não faltam exemplos de áreas de atuação do empreendedorismo de enfermagem, são eles: clínicas, consultórios, palestras, consultorias, estomaterapia, marketing digital entre outros [20].

Nessa direção, os autores também concordam que os enfermeiros empreendedores podem realizar atividades em sua clínica ou consultório de enfermagem com consultas de enfermagem, administração de medicamentos, tratamento a pacientes crônicos, atendimento a gestantes, realização de curativos, entre outras atividades [21].

Em relação à diversidade do cenário profissional, os dados quantitativos nos possibilitam identificar que o enfermeiro tem, de fato, ocupado diferentes espaços no mercado de trabalho, consequentemente estando disposto a empreender e enfrentar os desafios.

Constatou -se que os enfermeiros atuam em diferentes cenários e contextos, o que o desafia o tempo todo a pensar sobre o seu cotidiano e as diferentes atividades que assume e a complexidade disso. Para ser empreendedor na enfermagem, é crucial possuir habilidades clínicas sólidas, habilidades de gestão, capacidade de tomar decisões rápidas e eficazes, além de habilidades interpessoais para construir relacionamentos com pacientes, equipe e parceiros de negócios.

Além disso, conhecimento em regulamentações de saúde, habilidades financeiras e visão estratégica são essenciais para o sucesso empreendedor na área da enfermagem. Constatou-se, que os empreendedores são, desde um profissional autônomo até pequenos e médios empresários.

O empreendedorismo não é apenas uma competência importante para a busca de uma prática autônoma, mas também uma característica que potencializa a prática dos profissionais de enfermagem no cuidado às pessoas e coletividades. Por meio do empreendedorismo empresarial, intraempreendedorismo e empreendedorismo social, o enfermeiro pode contribuir para inovações no cuidado em saúde e, por conseguinte, ampliar a visibilidade da profissão [22].

Desafios ao empreender na enfermagem

O empreendedorismo na enfermagem traz um leque de opções para a atuação profissional dos enfermeiros, entretanto, existem muitos desafios quando se quer empreender, tanto relacionado a própria aceitação por parte da sociedade como dos próprios colegas de profissão, considerando que são atividades relativamente recentes da área. Além disso, os participantes mencionam obstáculos específicos, como a dificuldade em ser reconhecido nas redes sociais e o investimento necessário para estabelecer confiança. A questão financeira, tanto em relação aos custos dos materiais de trabalho (como as vacinas, por exemplo), quanto à valorização do trabalho frente aos honorários.

O modelo predominante de cuidado hospitalar impõe barreiras ao empreendedorismo na enfermagem, levando a prática privada a concentrar-se nos cuidados primários e na prevenção de doenças [9]. Os participantes (E3), (E4) e (E12) relatam as suas frustrações devido ao pouco ou não reconhecimento do papel do enfermeiro fora do âmbito hospitalar. Corroborando com um estudo de revisão [23] que ressalta a presença de uma cultura médico-centrada, evidenciando a valorização da profissão médica em detrimento de outras na área de enfermagem.

A falta de conhecimento das leis e a complexidade nos processos burocráticos para registro, licenciamento e gestão de negócios privados na enfermagem são apontados como barreiras significativas. Isso inclui políticas de reembolso e procedimentos para cobrança de hospitais, operadoras de planos de saúde, Estado ou seguradoras, sendo representadas por problemas como não pagamento, pagamento inferior ou cobertura inadequada de serviços [9].

Autores trazem o ensino de empreendedorismo na enfermagem como um assunto imprescindível e com necessidade de maior atenção. A preparação dos enfermeiros com conhecimentos e habilidades adequadas é crucial diante das demandas dinâmicas e crescentemente exigentes da prática profissional. Este estudo destaca a urgência de preparar os enfermeiros como futuros empreendedores. Além disso, sugere a condução de novas pesquisas na área para contribuir significativamente para a Enfermagem, ampliando a capacidade de integração dos profissionais no mercado de trabalho e promovendo o bem-estar tanto individual quanto da sociedade [23].

Para promover a disseminação do empreendedorismo no meio acadêmico, é essencial instigar debates acerca das aptidões e experiências dos instrutores sobre esse tema. Os educadores da área avaliaram a liderança e o empreendedorismo apenas como habilidades de nível intermediário. Dessa maneira, destaca-se que é crucial contar com profissionais que tenham experiência no campo empreendedor para transmitir os conteúdos aos alunos de maneira apropriada, visando implementar processos de educação, pesquisa e desenvolvimento pessoal e profissional [24].

Dificuldades enfrentadas no contexto empreendedor incluem obstáculos provenientes de abordagens empreendedoras, resistência e discriminação por parte de alguns profissionais de saúde, desafios financeiros, falta de preparo durante a graduação, carência de compreensão em conceitos contábeis, entraves legais e regulatórios, como dificuldades em entender a legislação e burocracia para obter permissões em acordos privados, gestão e registro de processos, concorrência desleal, ausência de credibilidade e insensibilidade relacionada à possibilidade de atuação pública dos enfermeiros. Essas barreiras foram identificadas em estudos anteriores [25–27].

Ainda, os profissionais encontram desafios na captação de clientes no momento em que decidem empreender, e isto pode se dar por vários motivos: publicidade e engajamento de novos clientes, preconceito e/ou certo receio de adquirir os serviços de determinadas áreas, ausência de confiança pelo profissional, além do questionamento dos valores, que pode não levar em consideração o treinamento do enfermeiro.

A sociedade civil contemporânea tende cada vez mais a organizar-se por meio das redes sociais [28]. As redes sociais estão ocupando um papel relevante como meio de viabilizar os negócios sociais, favorecendo o seu processo de consolidação [29]. Em consonância com esse conceito de redes sociais, outro autor define esse espaço como “[...] um conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados” [30].

O marketing digital auxilia na construção de uma imagem positiva das empresas, sustentado por estratégias que influenciam os consumidores por meio das capacidades de interação e do desejo de adquirir o produto de seu interesse [31]. Essa imagem pode levar um tempo para ser bem estabelecida, e o impacto no lucro e movimento da empresa pode ser percebido durante esse processo, como relatam os participantes.

Há uma determinada desvalorização social nas áreas “não-convencionais” de atuação do profissional enfermeiro. Por exemplo, a aromaterapia pode ser vista como uma terapia restrita à massagem aromática e gerar um preconceito quanto à sua eficácia, tendo o termo até mesmo substituído por “Medicina aromática”, apesar de cientistas da atualidade estarem frequentemente debatendo o assunto [32]. O mesmo pode se expandir para as diversas áreas, como a de cuidados paliativos, área de um dos participantes.

O profissional enfermeiro ainda pode enfrentar dificuldades na gestão financeira do seu empreendimento. Esta pode acontecer tanto pela desvalorização da área pela sociedade, como despreparo do profissional para a gestão.

Alguns autores sugerem que as dificuldades financeiras podem estar relacionadas a uma preparação inadequada durante a graduação (ou especialização) para empreender, uma possível falta de compreensão dos conceitos contábeis, questões legais da legislação e burocracia [33]. A demora no processo de iniciar o empreendimento até a captação suficiente de clientes, também pode impactar negativamente no controle financeiro do empreendimento. Isto se dá, em parte, devido à falta de confiança da comunidade para com o enfermeiro.

A enfermagem explora ativamente um novo cenário profissional, enfrentando desafios que oferecem riscos, mas também oportunidades para práticas autônomas e inovadoras. A profissão, anteriormente subordinada, ganhou visibilidade ao focar em atividades técnicas e expandir para a gestão de serviços de saúde, revelando um potencial autônomo, profissional e empreendedor.

A jornada empreendedora, motivada por necessidade, falta de alternativas ou desejo de inovação, é árdua, mas mesmo diante dos riscos, proporciona satisfação. O sucesso empreendedor requer preparo administrativo e financeiro, clareza de objetivos, escolhas assertivas e busca contínua por inovação [33].

A decisão de empreender demanda habilidades específicas do profissional empreendedor, enfrentando desafios como a complexidade burocrática, a falta de experiência no campo empreendedor, a inexperiência profissional, a insuficiência na formação acadêmica para o desenvolvimento das competências empreendedoras em estudantes, a escassez de estímulo por parte de programas de apoio ao empreendedorismo, obstáculos financeiros, a necessidade de planejamento e o requisito de conhecimento aprofundado sobre o negócio a ser iniciado. Esses fatores constituem algumas das principais dificuldades enfrentadas pelos novos empreendedores [23].

A importância do empreendedorismo na enfermagem e o desenvolvimento de novas atribuições

O entendimento sobre empreendedorismo na enfermagem abrange diversas perspectivas. Alguns enfermeiros veem o empreendedorismo como uma oportunidade de valorizar as atividades que já realizam, ressignificando o trabalho e buscando reconhecimento profissional e financeiro [2].

Segundo um estudo de Bandeira et al, as mulheres e homens empreendedores relataram como motivos principais para a abertura de seus negócios a identificação de oportunidades de trabalho, o desejo por autonomia e a atuação segundo seus valores pessoais. Neste sentido, a carreira empreendedora destaca-se como espaço de desenvolvimento e emancipação em relação à atividade profissional dos indivíduos, independente do sexo [34].

O empreendedorismo emerge como uma área promissora na enfermagem, impulsionando o protagonismo do enfermeiro na saúde. Isso resulta em uma posição profissional mais destacada, prestígio social, valorização e impacto na sociedade por meio de soluções inovadoras. Isso requer um perfil mais específico e habilidades não comuns na formação tradicional do profissional, além de envolver riscos elevados que demandam gerenciamento rigoroso e cauteloso.

Disciplina e resiliência são características cruciais para o sucesso nessa empreitada. Portanto, o enfermeiro empreendedor introduz uma abordagem distinta em relação à prática convencional da enfermagem, propondo novos modelos de trabalho e buscando maior autonomia, reconhecimento e protagonismo no mercado da saúde [35].

Assim, o timing para empreender é uma interseção complexa entre autoconhecimento, oportunidades identificadas e a busca por um caminho mais alinhado com metas individuais.

As economias globalizadas têm ampliado a demanda por trabalhadores que possuam habilidades flexíveis, adaptáveis e transversais. Nota-se que há um movimento em que o mercado de trabalho favorece, cada vez mais, aqueles indivíduos, que são capazes de lidar com o inesperado, trabalham de forma independente e em grupo, são sociáveis, responsáveis e capazes de tomar iniciativas. Pessoas com essas características, que são denominadas soft skills, são frequentemente preferidas àquelas que possuem apenas habilidades técnicas [36–38].

O profissional de enfermagem percebe o empreendedorismo como um impulsionador de sua prática profissional, especialmente devido à oportunidade de liberdade e crescimento financeiro decorrentes do sucesso em uma jornada empreendedora. Isso contrasta com o modelo mais convencional da profissão, que ainda hoje oferece salários significativamente baixos e jornadas de trabalho exaustivas. Diante dessa perspectiva, o enfermeiro se dispõe a seguir um caminho alternativo, mais arriscado e sem garantias de retorno, mas com uma abordagem profissional centrada na satisfação e propósito no trabalho, ganhos financeiros superiores e liberdade de tempo e espaço, visando uma qualidade de vida mais elevada [35].

Conclusão

A enfermagem tem cada vez mais se modificado e adaptado ao mundo moderno, novas formas de pensar e novas terapias na saúde. Os profissionais enfermeiros, ao lado de outras classes, também têm ocupado o cenário da estética, terapias integrativas, cuidados paliativos, vacinas, entre outras. Os campos de atuação são e podem continuar sendo diversos, tendo em vista o crescimento da aceitação por parte da sociedade e existente apoio legal do próprio conselho de classe.

Entretanto, como em quase toda profissão autônoma, existem desafios ao empreender. É necessário aprender (ou reaprender) a divulgar seus serviços, enfrentar críticas e conquistar a confiança da comunidade. É importante estudar gestão financeira e, às vezes, de recursos humanos.

Nesse estudo, conseguimos ter uma breve compreensão dos campos em que o enfermeiro está se inserindo aos poucos na atualidade e a prevalência se mostrou na área da estética, na consultoria e proprietários de home care.

A limitação do estudo refere-se ao quantitativo dos participantes. Uma maior amostra de participantes, em estudos futuros, permitirá rever os conceitos e considerar populações de outras regiões do estado e/ou país.

O presente estudo atendeu os objetivos propostos, permitindo uma melhor compreensão da importância da temática para a enfermagem. Identificou-se que o principal desafio para o empreendedorismo na enfermagem refere-se ao conhecimento em regulamentações de saúde, habilidades financeiras e visão estratégica.

O empreendedorismo na enfermagem envolve a capacidade dos profissionais de enfermagem em identificar oportunidades, inovar e assumir iniciativas para melhorar a prestação de serviços de saúde. Isso pode incluir a criação de clínicas próprias, programas de educação em saúde, ou até mesmo o desenvolvimento de produtos e tecnologias voltados para a área.

Além disso, o empreendedorismo na enfermagem também abrange a gestão eficiente de recursos e a busca por soluções criativas para desafios na prática clínica. Foi apontado que a importância do empreendedorismo na enfermagem está relacionada, principalmente, à oportunidade de valorizar as atividades já realizadas, ressignificando o trabalho e buscando reconhecimento profissional e financeiro. Contudo, impulsionando o protagonismo do enfermeiro em obter uma melhor posição profissional, prestígio social, valorização e impacto na sociedade por meio de soluções inovadoras.

Sugerem-se novos estudos que favoreçam o avanço do conhecimento na área do empreendedorismo e incentivem novos negócios na área da enfermagem.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflito de interesse de qualquer natureza.

Fontes de financiamento

Financiamento próprio.

Contribuição dos autores

Concepção e desenho da pesquisa: Bastos SR, Rodrigues FCP; Coleta de dados: Bastos SR, Rodrigues FCP; Análise e interpretação dos dados: Bastos SR, Rodrigues FCP; Análise estatística: Bastos SR, Rodrigues FCP; Redação do manuscrito: Bastos SR, Rodrigues FCP, Cargnin MB, Guimarães CA, Santos MS; Revisão crítica do manuscrito ao conteúdo intelectual importante: Bastos SR, Rodrigues FCP, Cargnin MB, Guimarães CA, Santos MS.

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