Enferm Bras. 2024;23(1):1412-1421
doi: 10.62827/eb.v23i1.6092

ARTIGO ORIGINAL

Educação em saúde no campo, floresta e águas: relato de experiência

Livia Gabriele de Paula Lima1, Andreina Vitória Gomes de Almeida1, Marcella Campos de Araújo1, Marcos Paulo da Silva Passos1, Priscilla Dantas Almeida1, Sheila Vitor-Silva1

1Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil

Recebido em: 18 de janeiro de 2024; Aceito em:28 de março de 2024.

Correspondência: Livia Gabriele De Paula Lima, livialgaby@gmail.com

Como citar

Lima LGP, Almeida VG, Araújo MC, Passos MPS, Almeida PD, Silva SV. Educação em saúde no campo, floresta e águas: relato de experiência. Enferm Bras. 2024;23(1):1412-1421. doi: 10.62827/eb.23i1.6092

Resumo

Objetivo: Descrever a experiência e a importância da educação em saúde na população do campo, floresta e águas, a partir de vivências e ações de saúde coletiva realizadas em uma atividade de extensão universitária. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, sobre as atividades desenvolvidas no projeto de extensão intitulado “Educação em saúde no campo, floresta e águas”, realizados por discentes do sétimo período do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas. A escolha dos temas foi baseada na observação dos estudantes em relação aos assuntos mais pertinentes à comunidade, com o objetivo de promover um momento de aprendizado alinhado às necessidades, curiosidades e demandas da população. Resultados: Verificou-se que a educação em saúde é relevante para as comunidades rurais do campo, da floresta e das águas, pois fornece conhecimento sobre práticas sanitárias, bem como prevenção de doenças, além de reflexões sobre a importância dos cuidados de higiene, saneamento e acesso a serviços médicos, aprimorando a qualidade de vida dessas comunidades. Conclusão: A experiência obtida revelou a importância da educação em saúde para comunidades rurais, abordando desafios como resistência à linguagem técnica e complexa. Estratégias propostas incluem foco preventivo desde a infância e adaptação da comunicação para melhor envolver o público, além da necessidade contínua de abordagens inclusivas para atender às necessidades específicas da comunidade e superar barreiras existentes. Esses resultados reforçam a importância da educação em saúde tanto para a comunidade assistida como para os discentes extensionistas ainda na formação acadêmica.

Palavras-chave: educação em saúde; enfermagem em saúde coletiva; promoção da saúde.

Abstract

Health education in the countryside, forest and Waters

Objective: To describe the experience and importance of health education for the population of the countryside, forest and waters, based on experiences and collective health actions carried out in a university extension activity. Methods: This is a descriptive study of the type of experience report, about the activities developed in the extension project entitled “Health education in the countryside, forest and waters”, carried out by students from the seventh period of the undergraduate nursing course at the Federal University of Amazonas. The choice of topics was based on the students’ observation of the issues most relevant to the community, with the aim of promoting a moment of learning aligned with the needs, curiosities and demands of the population. Results: It was found that health education is relevant to rural communities in the countryside, forest and waters, as it provides knowledge about health practices and disease prevention, as well as reflections on the importance of hygiene care, sanitation and access to medical services, improving the quality of life of these communities. Conclusion: The experience revealed the importance of collective health for rural communities, addressing challenges such as resistance to technical and complex language. Proposed strategies include a preventive focus from childhood and adapting communication to better engage the public, as well as the continued need for inclusive approaches to meet the specific needs of the community and overcome existing barriers. These results reinforce the importance of health education for both the assisted community and the extension students still in their academic training.

Keywords: primary health care; collective Health; health promotion.

Resumen

Educación sanitaria en el campo, el bosque y las aguas

Objetivo: Describir la experiencia e importancia de la educación en salud para la población del campo, floresta y aguas, a partir de experiencias y acciones de salud pública realizadas en una actividad de extensión universitaria. Método: Se trata de un estudio descriptivo de un relato de experiencia sobre las actividades desarrolladas en el proyecto de extensión titulado “Educación para la salud en el campo, la selva y las aguas”, realizado por alumnos del séptimo período del curso de pregrado en enfermería de la Universidad Federal de Amazonas. La elección de los temas se basó en la observación, por parte de los alumnos, de las cuestiones más pertinentes a la comunidad, con el objetivo de promover un momento de aprendizaje alineado con las necesidades, curiosidades y demandas de la población. Resultados: Se constató que la educación para la salud es relevante para las comunidades rurales del campo, la selva y las aguas, ya que proporciona conocimientos sobre prácticas de salud y prevención de enfermedades, así como reflexiones sobre la importancia del cuidado de la higiene, el saneamiento y el acceso a los servicios médicos, mejorando la calidad de vida de estas comunidades. Conclusión: La experiencia reveló la importancia de la educación sanitaria para las comunidades rurales, abordando retos como la resistencia al lenguaje técnico y complejo. Las estrategias propuestas incluyen un enfoque preventivo desde la infancia y la adaptación de la comunicación para implicar mejor al público, así como la necesidad continua de enfoques integradores para satisfacer las necesidades específicas de la comunidad y superar las barreras existentes. Estos resultados refuerzan la importancia de la educación sanitaria tanto para la comunidad asistida como para los estudiantes de extensión aún en formación académica.

Palabras-clave: educación en salud; enfermería en salud pública; promoción de la salud.

Introdução

O curso de enfermagem da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) proporciona aos estudantes vivenciarem o processo saúde-doença, trabalho em equipe multiprofissional, refletir sobre as atribuições do enfermeiro e principalmente promoção de saúde, a partir do internato rural em atenção básica [1].

Na Atenção Básica, a educação em saúde é um dos principais mecanismos para promover a saúde no Brasil [2], tendo em vista que é o primeiro nível de contato com o sistema de saúde, e não se limita apenas ao tratamento de doenças, pois, engloba ações de promoção, e educação em saúde, e prevenção de doenças. Essas ações ocorrem a partir da informação e capacitação dos indivíduos e população do campo, da floresta e das águas sobre hábitos saudáveis, prevenção de doenças, cuidados com a saúde e orientações sobre o acesso aos serviços de saúde disponíveis.

No processo saúde-doença de uma pessoa, o grau de escolaridade e conhecimento dos indivíduos desempenham um papel fundamental [3], uma vez que pessoas com maior escolaridade tendem a ter maior compreensão e entendimento sobre questões de saúde, tomar decisões mais conscientes e coerentes, compreendem a importância das consultas regulares, estilo de vida saudável, além de possuírem um melhor autogerenciamento da saúde.

Promover atividades de extensão é crucial para o progresso acadêmico e profissional dos estudantes, assim, a universidade se empenha em motivar os alunos a participar ativamente do processo de formação e aprimoramento profissional, visando criar cidadãos críticos e qualificados [4]. A extensão proporciona uma oportunidade valiosa para os alunos aplicarem na prática o conhecimento adquirido em sala de aula, favorecendo uma compreensão mais profunda dos conceitos teóricos e uma formação mais completa.

A educação no ensino superior brasileiro é fundamentada em três elementos-chave: ensino, pesquisa e extensão. A extensão, parte integrante da estrutura curricular e da organização da pesquisa, representa cerca de dez por cento do conjunto de disciplinas dos cursos [5]. Na área da saúde, o ensino estabelece os fundamentos teóricos, a pesquisa impulsiona descobertas científicas e a extensão aplica esse conhecimento na comunidade. Isso resulta em ações externas para a melhoria da saúde pública e da qualidade de vida, como programas preventivos, campanhas educativas, serviços de assistência em comunidades e diversas iniciativas.

Atualmente é perceptível a necessidade de complementar o atual modelo de cuidados da saúde, que é focado principalmente em tratar doenças de forma especializada nos hospitais. É importante buscar um modelo mais abrangente, que coloque ênfase na promoção da saúde, na prevenção de problemas e que use a educação em saúde como parte fundamental desse processo [6], portanto, ao priorizar a educação em saúde como parte integrante desse modelo, podemos prevenir doenças a partir de informações sobre hábitos saudáveis, práticas preventivas e detecção precoce de problemas de saúde, além de promover saúde, aumentar o acesso e conscientização e capacita as pessoas para tomarem decisões sobre o cuidado de sua saúde.

Descreveu-se a experiência e a importância da educação em saúde na população do campo, da floresta e das águas, a partir de vivências e ações de saúde coletiva realizadas em uma atividade de extensão.

Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, sobre as atividades desenvolvidas no projeto “Educação em saúde no campo, floresta e águas”, realizados por discentes do sétimo período do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). O projeto foi realizado durante o estágio rural, que ocorreu em Urucará, cidade do localizada no interior do estado do Amazonas, entre os meses de agosto e setembro de 2023.

A escolha dos temas foi baseada na observação dos discentes em relação aos assuntos mais pertinentes à comunidade, com o objetivo de promover um momento de aprendizado alinhado às necessidades, curiosidades e demandas da população.

Não houve submissão do trabalho ao Comitê de Ética em Pesquisa/CEP, devido ao fato de que o presente trabalho não utilizou dados pertencentes a banco de dados de instituições públicas ou privadas de seres humanos. Além disso, não será divulgado algum dado que possibilite identificar os participantes das ações, respeitando o preconizado pela Resolução 466/1212 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Com relação aos aspectos éticos da pesquisa, todos os autores consultados foram citados no texto e referenciados.

Descrição da experiência

No decorrer do internato rural, foram realizadas ações de educação em saúde através de um projeto de extensão que possibilita uma associação dos conhecimentos adquiridos com disseminação desses saberes aos usuários de saúde. Ações como: Prevenção da Gravidez na adolescência, aleitamento materno, atividades físicas e alimentação saudável, lavagem das mãos e saúde bucal.

Vale ressaltar que os estudantes realizaram a maior parte das ações no âmbito escolar em conjunto com o Programa Saúde na Escola (PSE). O PSE é uma iniciativa do governo que, por meio de atividades de educação e saúde, busca proporcionar conhecimento a crianças e adolescentes, tendo como foco aspectos relacionados à promoção, prevenção e atenção à saúde [7] A educação em saúde sobre aleitamento materno foi a única que ocorreu em uma das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município, na qual foi realizada a busca ativa de grávidas na área de abrangência da unidade para a captação do público-alvo.

Com o propósito de tornar as atividades educativas mais compreensíveis para o público-alvo, os discentes criaram dois materiais informativos com base nos temas das ações, por meio de materiais científicos disponibilizados pelo Ministério da saúde. No primeiro momento foi realizada a revisão da literatura a respeito dos temas escolhidos em sites confiáveis e bases de dados on-line, para que não houvesse a disseminação de conhecimento desatualizado ou incorreto. Em seguida, os estudantes fizeram a construção do material pelo Programa Canva (Figura 1 e 2), com ilustrações contidas tanto no banco de dados do Canva quanto no Google Imagens. Por último, foi realizada a impressão dos materiais de divulgação, financiada pelo projeto de extensão, através do Programa Atividade Curricular de Extensão (PACE) da Pró-Reitoria de Extensão (PROEXT-UFAM).

Figura 1 - Material informativo sobre o Aleitamento Materno

Figura 2 - Material informativo sobre a gravidez na adolescência e métodos contraceptivos

As demais educações em saúde dispensaram o uso de material informativo, uma vez que os temas foram explicados no momento da ação e exemplificados, como foi o caso da ação sobre higiene bucal e higiene das mãos.

A educação em saúde voltada para o tema alimentação saudável e prática de atividade física foi dividida em duas etapas: Inicialmente foi realizada uma palestra sobre a importância da alimentação saudável com dinâmicas onde as crianças deveriam levantar a mão para qual alimento elas achavam saudáveis e quais elas mais consumiam, de acordo com os alimentos levados para a dinâmica. Posteriormente foi realizada uma palestra sobre a importância da atividade com alongamentos e alguns exercícios físicos.

Discussão e resultados alcançados

Foram desenvolvidas atividades voltadas para as principais demandas, nos diferentes contextos em que a equipe atuou durante seu internato rural. Em alusão ao mês de aleitamento materno, uma atividade de orientação com as gestantes e puérperas atendidas em uma unidade básica do referido município. A ação abrangeu temas como: a importância do aleitamento exclusivo até os seis meses, o papel da imunização dos recém-nascidos, massagem nos seios, para auxiliar na amamentação.

Os principais relatos das mulheres que participaram da atividade incluíram o esclarecimento de dúvidas que as gestantes e puérperas se depararam durante esse ciclo, além de servir como fonte segura que desmistificou informações que por vezes eram propagadas sem a devida comprovação científica. Estudos realizados em Pernambuco [8] e no Rio de Janeiro [9] destacam que orientações compartilhadas a um grupo de usuários configura-se como importante espaço de apoio, quando essas oportunidades são aproveitadas em seu total potencial. Além de representarem fator determinante para atingir os objetivos da ação.

Outra demanda identificada pelos estudantes durante o internato, foi relacionada à gravidez na adolescência. O percentual de partos de mães adolescentes no município se manteve acima dos níveis estaduais e nacionais durante todo o período de 2010 a 2021 [10].

Por isso a relevância dessa ação educativa na vida da população, já que, além de informar, é necessário sensibilizar os jovens sobre as implicações da gravidez na adolescência. Tais iniciativas devem ocorrer não apenas em ambiente escolar, como também devem ser explorados no âmbito de unidades básicas e demais espaços públicos que recebam o público alvo [11,12,13].

A fase inicial da vida é de suma importância nos moldes de comportamentos e atitudes, tornando a pré-escola um ambiente ideal para práticas educativas que buscam à aprendizagem contínua, prevenção de doenças, reforço do autocuidado e aprimoramento da qualidade de vida.

Durante uma conversa em uma escola com crianças entre quatro e seis anos, foram explorados tópicos relacionados à saúde, com ênfase inicial na higiene bucal. Essas atividades facilitam uma interação significativa entre os educadores e os alunos, destacando o interesse das crianças. Sua participação ativa, curiosidade e absorção do conteúdo foram notáveis, refletindo-se em questionamentos cujas respostas satisfizeram os discentes. Algumas crianças apresentaram maior destreza na execução das tarefas, possibilitando observar que o desenvolvimento dessas habilidades é único para cada criança e evolui com o tempo, especialmente com estímulos consistentes na rotina. A observação de que a higiene bucal já fazia parte da rotina dos alunos na creche, com cada criança possuindo sua escova e pasta de dente, destaca a importância de introduzir práticas saudáveis desde a infância.

O segundo tema abordado foi a higienização das mãos. Percebeu-se que algumas crianças não possuíam o hábito de lavar as mãos, especialmente após o uso do banheiro. Porém, quando orientadas pelas professoras, eram incentivadas e assistidas, destacando o papel crucial dos educadores como suporte para implementar essas práticas no dia a dia das crianças. O que possibilitou uma observação valiosa do comportamento, orientando o planejamento de futuras palestras e dinâmicas de educação em Saúde.

Por fim, foi realizado através do PSE ações de educação em saúde voltadas para a alimentação saudável, a sua importância e exemplos com alimentos que as crianças consumiam no dia a dia, onde parte das crianças e os familiares presentes mostraram-se surpresos ao saber maiores informações sobre alguns alimentos, bem como os benefícios de outros, e que poderiam ser opções para substituir e promover um consumo consciente e saudável.

Posterior à ação de educação em saúde sobre alimentação saudável, foram realizadas as ações referentes à importância da pratica de atividade física com palestras e exemplos de alongamentos e exercícios que as crianças poderiam fazer, bem como seus familiares presentes. Ao final foi realizado um exame físico nas crianças, reforçada a importância de comparecer as consultas de rotina nas unidades básicas de saúde, e realizadas orientações sobre os principais problemas de saúde apresentados e como poderiam ser evitados, como resfriados, amigdalite, e cárie.

Desta forma, esta atividade de extensão não só ampliou contribuição acadêmica para além das salas de aula, mas também promovem a interação dos alunos com a comunidade, integrando o conhecimento científico às necessidades locais. No campo da saúde, tais ações colaboram para a formação dos estudantes e provem benefícios à comunidade, permitindo o bem-estar e a saúde individual e coletiva. Ao realizar práticas educativas em centros de educação infantil, a importância do gerenciamento e conhecimento do autocuidado foi comprovada. Contudo, é importante ressaltar que esse estímulo deve ser um esforço de todos, exigindo a colaboração dos professores e responsáveis. Essa colaboração contínua é essencial para motivar as crianças a incorporarem atividades benéficas em sua rotina diária, contribuindo para sua formação integral, interação social e saúde, assegurando o bem-estar de toda a comunidade [14].

Limitações da experiência

Segundo um estudo realizado no Paraná por Roecker, Budor e Marcon [15], pacientes não têm aderido muito aos momentos de educação em saúde, porque a população ainda tem uma visão dos grupos de educação em saúde desconexa com realidade, geralmente causada por fatores como metodologias cansativas, linguagem muito técnica(algo recorrente em PSE’s, Programa Saúde da Família e afins), bem como a falta de artifícios que chamem mais a atenção dos participantes.

Tal fato foi evidenciado na prática pelos acadêmicos de enfermagem, já que nem sempre conseguiam a devida atenção do público nesses momentos educacionais, e às vezes até mesmo dos profissionais que eram seus respectivos preceptores.

Um dos motivos da resistência da população se dá também pelo aspecto cultural [15], a população não dá a devida importância para a educação em saúde pois costumeiramente acreditam que cabe apenas às medicações e ao médico cuidar da sua própria saúde, evidenciando que não entendem os objetivos das educações em saúde.

Contribuições para a prática

Ao analisar os desafios enfrentados na implementação das iniciativas educacionais em saúde junto à comunidade, foram avaliadas estratégias adotadas pelos acadêmicos de enfermagem para superá-los. Ao abordar a ideia voltada ao tratamento curativo por parte da população, notou que a mudança no paradigma assistencial é complexa e provavelmente levará tempo para sua efetivação. Diante desse cenário em transformação, os enfermeiros estão propondo e empregando alternativas para conduzir as atividades de educação em saúde.

Com relação à cultura , o ideal é trabalhar com as crianças e adolescentes nas escolas, para que se crie esse costume demonstrando a importância cuidar da saúde, para que as pessoas se motivem e despertem para o pleno exercício da cidadania Com relação ao nível de alfabetização, o ideal é tentar falar de maneira que entendam, de uma forma simples e dialogada [16].

Conclusão

O relato de experiência do internato rural dos estudantes de Enfermagem da UFAM destaca o impacto positivo das atividades de educação em saúde e os desafios enfrentados durante o processo.

A imersão na atenção básica e o enfoque multiprofissional permitiram uma compreensão mais ampla das necessidades da população do campo, floresta e áreas ribeirinhas. As ações educativas, abordando temas como aleitamento materno, alimentação saudável e exercício físico, gravidez na adolescência e higiene, mostraram resultados promissores, desde a resolução de dúvidas até mudanças de comportamento observáveis

As contribuições práticas são evidentes. Profissionais e estudantes propõem estratégias para superar esses obstáculos, como a mudança de paradigma no cuidado à saúde, enfatizando a prevenção e o engajamento comunitário desde a infância. A adaptação da linguagem e a colaboração com escolas são citadas como maneiras eficazes de tornar a educação em saúde mais acessível e envolvente.

Logo, a experiência dos estudantes de Enfermagem da UFAM destaca a importância da educação em saúde na promoção do bem-estar individual e coletivo. Essas iniciativas não apenas compartilham conhecimento, mas também incentivam mudanças de comportamento positivas, baseadas na compreensão e autocuidado. Superar os desafios requer flexibilidade e uma abordagem inclusiva, visando sempre a melhoria contínua na qualidade de vida da comunidade atendida.

Conflitos de interesse

Não há conflitos de interesse no presente estudo.

Fontes de financiamento

Programa Atividade de Extensão (PACE) da Pró-Reitoria de Extensão (PROEXT – UFAM).

Contribuições dos autores

Concepção e desenho da pesquisa: Lima LGP, Araújo MC; Coleta de dados: Lima LGP, Almeida AVG, Araújo MC, Passos MPS; Análise e interpretação dos dados: Lima LGP, Almeida AVG, Araújo MC, Passos MPS; Redação do manuscrito: Lima LGP, Almeida AVG, Araújo MC, Passos MPS, Almeida PD;Revisão crítica de conteúdo intelectual: Lima LGP, Almeida AVG, Araújo MC, Passos MPS, Almeida PD, Vitor-Silva S.

Referências

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