Enferm Bras. 2024;23(1):1359-1367
doi: 10.62827/eb.v23i1.aq61

ARTIGO ORIGINAL

Conhecimento dos graduandos de enfermagem sobre cuidados paliativos

Thaís Cabral da Silva1, Bruna Rafaelle Bezerra dos Santos1, Livia Rodrigues da Silva1, Eloina Angela Torres Nunes2, Keylla Talitha Fernandes Barbosa3, Amanda Tavares Xavier4, Maria Mariana Barros Melo da Silveira5, João Victor Batista Cabral6

1Centro Universitário da Vitória de Santo Antão (UNIVISA), Vitória de Santo Antão, PE, Brasil

2MPrefeitura do Município do Paulista, Paulista, PE, Brasil

3Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campina Grande, PB, Brasil

4Prefeitura da Cidade do Recife (PCR), Recife, PE, Brasil

5Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil

6Universidade Federal da Paraíba, (UFPB), João Pessoa, PB, Brasil

Recebido em: 16 de janeiro de 2024; Aceito em: 28 de março de 2024.

Correspondência: João Victor Batista Cabral, jvbc2@academico.ufpb.br

Como citar

Silva TC, Santos BRB, Silva LR, Nunes EAT, Barbosa KTF, Xavier AT, Silveira MMBM, Cabral JVB. Conhecimento dos graduandos de enfermagem sobre cuidados paliativos. Enferm Bras. 2024;23(1):1359-1367. doi: 10.62827/eb.v23i1.aq61

Resumo

De acordo com a Organização Mundial em Saúde (OMS), cuidados paliativos são aqueles ofertados por equipe multidisciplinar que visa melhor qualidade de vida do paciente e familiares frente a uma doença grave. Objetivo: identificar e descrever o conhecimento dos acadêmicos de enfermagem sobre os cuidados paliativos. Métodos: estudo transversal, realizado em uma instituição de ensino superior no município de Vitória de Santo Antão/PE. A população do estudo foi composta por estudantes matriculados no curso de bacharelado em enfermagem, respeitando os critérios de inclusão e exclusão. Resultados: A maioria dos participantes afirmaram que o curso oferece conhecimento sobre a temática, consideram o assunto importante para sua formação, todavia não conhecem a definição de cuidados paliativos pela OMS e a filosofia dos cuidados paliativos e consideram elementos básicos da Enfermagem em Cuidados Paliativos a fisiopatologia, ação das drogas, conforto do paciente e família. Conclusão: os estudantes de enfermagem estão conscientes sobre a importância dos cuidados paliativos e que o curso oferta formação para a temática, porém, ainda existem lacunas na formação com divergências de respostas quanto à definição da OMS e filosofia dos cuidados paliativos.

Palavras-chave: cuidados paliativos; educação em enfermagem; assistência terminal.

Abstract

Nursing Graduates Knowledge of Palliative Care

According to the World Health Organization (WHO), palliative care is that offered by a multidisciplinary team aimed at improving the quality of life of the patient and family in the face of a serious illness. Objective: to identify and describe the knowledge of nursing students about palliative care. Methods: cross-sectional study, carried out at a higher education institution in the city of Vitória de Santo Antão/PE. The study population was made up of students enrolled in the bachelor’s degree in nursing, respecting the inclusion and exclusion criteria. Results: The majority of participants stated that the course offers knowledge on the subject, they consider the subject important for their training, however they do not know the definition of palliative care by the WHO and the philosophy of palliative care and consider basic elements of Palliative Care Nursing to be pathophysiology, drug action, patient and family comfort. Conclusion: nursing students are aware of the importance of palliative care and that the course offers training on the subject, however, there are still gaps in training with divergent responses regarding the WHO definition and philosophy of palliative care.

Keywords: palliative care; nursing education; terminal assistance.

Resumen

Conocimiento de los Graduados em Enfermería sobre Cuidados Paliativos

Según la Organización Mundial de la Salud (OMS), los cuidados paliativos son aquellos ofrecidos por un equipo multidisciplinario encaminado a mejorar la calidad de vida del paciente y su familia ante una enfermedad grave. Objetivo: identificar y describir los conocimientos de estudiantes de enfermería sobre cuidados paliativos. Métodos: estudio transversal, realizado en una institución de educación superior de la ciudad de Vitória de Santo Antão/PE. La población de estudio estuvo conformada por estudiantes matriculados en la licenciatura en enfermería, respetando los criterios de inclusión y exclusión. Resultados: La mayoría de los participantes manifestaron que el curso ofrece conocimientos sobre el tema, consideran importante el tema para su formación, sin embargo desconocen la definición de cuidados paliativos por parte de la OMS y la filosofía de los cuidados paliativos y consideran elementos básicos de los cuidados paliativos. Los cuidados de Enfermería son fisiopatología, acción de los medicamentos, confort del paciente y familia. Conclusión: los estudiantes de enfermería son conscientes de la importancia de los cuidados paliativos y que el curso ofrece formación sobre el tema, sin embargo, aún existen vacíos de formación con respuestas divergentes respecto a la definición y filosofía de los cuidados paliativos de la OMS.

Palabras-clave: cuidados paliativos; educación en enferméria; cuidados terminales.

Introdução

De acordo com a Organização Mundial em Saúde (OMS), Cuidados Paliativos (CP) são aqueles ofertados por equipe multidisciplinar, com o objetivo de melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares, frente a uma doença que ameaça a vida, englobando a prevenção para alívio do sofrimento, a identificação precoce, avaliação integral e tratamento da dor e demais sintomas físicos, incluindo também os aspectos biopsicossociais e espirituais [1]. Entende-se que cuidados paliativos, são aqueles oferecidos para pacientes com patologias graves, progressivas e incuráveis, que necessitam de uma abordagem paliativa desde o momento do seu diagnóstico [2].

De acordo com a OMS por ano ocorrem cerca de 58 milhões de mortes no mundo, destas, 34 milhões são por doenças crônico-degenerativas incapacitantes e incuráveis, além dos diversos tipos de neoplasias. Neste contexto, os cuidados paliativos surgem como uma especialidade abrangendo cuidados para os pacientes desde o diagnóstico, até o processo de terminalidade. Com base em dados da OMS, a expectativa de vida cresce no mundo, a população de 60 anos passará de 600 milhões para 1,2 bilhões de pessoas em 2025 e no ano de 2050 a maioria dessas pessoas necessitarão de algum tipo de cuidado, incluindo a abordagem paliativa [3].

A inserção dos cuidados paliativos no Brasil aconteceu na década de 1980, todavia, somente no ano de 1997 houve a criação da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP), com o intuito de divulgação da filosofia dos cuidados paliativos no país. Um dos marcos importantes ocorreu quando o Instituto Nacional do Câncer (INCA) juntamente com o Ministério da Saúde (MS), inaugurou o hospital Unidade IV, específico para os cuidados paliativos no ano de 1998, onde era oferecido assistência em nível de pronto atendimento, ambulatorial e internação domiciliar com ótimos recursos [4].

Após mais de 20 anos do início dos cuidados paliativos no Brasil, a política nacional foi aprovada na 8ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), no dia 31/10/2018 na forma de resolução. A política nacional é uma forma de conduzir os cuidados paliativos no país. As buscas por esse marco foram feitas através de um trabalho em conjunto com o MS, o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS), o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) e outras entidades. A resolução da CIT aprovada e assinada pelas três instâncias firmaram uma meta para o Sistema Único de Saúde (SUS) que é estabelecer os cuidados paliativos baseados em evidências, com embasamento na definição da OMS, contemplando toda a rede de atenção à saúde [5].

No cenário atual e futuro existe um grande desafio, uma vez que, os cuidados paliativos são uma nova área de assistência no Brasil e ainda existem poucos profissionais especializados para prestar uma assistência de qualidade. Por se tratar de uma prática totalmente diferente da medicina curativa, uma vez que a doença está ameaçando a continuidade da vida, nela o paciente é visto de forma holística onde será tratado não apenas a dor física, mas também as questões emocionais, psíquicas, espirituais e sociais, onde a família é inserida nesse contexto e o profissional de saúde deve estar capacitado para prestar total assistência para o paciente e sua família [6].

Os cuidados paliativos surgem como uma área nova e em virtude disto, muitos profissionais não se interessam pela temática e por vezes, limitam o cuidar deste paciente à crença de que este tipo de abordagem só é direcionado àquele “que está à beira da morte”. Muitas instituições educacionais não englobam a disciplina de cuidados paliativos em sua grade curricular. Os profissionais de saúde, especialmente os da enfermagem, necessitam de uma visão humanística e holística sobre o cuidado de um paciente sem possibilidades terapêuticas de cura [7].

Destaca-se que o profissional de saúde que não teve contato com a disciplina de cuidados paliativos tende a ter dificuldade quando se depara diante de um paciente terminal, ocasionando assim um distanciamento afetivo, ou seja, a falta de preparo para encarar situações de suporte ao paciente, agrava a relação de paciente e profissional de saúde [8]. Neste estudo, identificou-se e descreveu-se o conhecimento dos acadêmicos de enfermagem sobre cuidados paliativos.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal. O estudo foi realizado em uma instituição de ensino superior no município de Vitória de Santo Antão/PE que integra a mesorregião da mata pernambucana.

A população do estudo foi composta por estudantes regularmente matriculados no curso de bacharelado em enfermagem, respeitando os critérios de inclusão e exclusão. Foram incluídos alunos do primeiro ao décimo período, maiores de dezoito anos e que aceitaram participar voluntariamente da pesquisa a partir da assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Foram excluídos os alunos de outros cursos e matriculados como pagantes de disciplinas no curso de enfermagem.

Os dados foram coletados através de um questionário semiestruturado, de elaboração própria, com questões subjetivas e objetivas pertinentes à temática abordada, observando os preceitos éticos e legais e garantindo o sigilo das informações coletadas principalmente as que se referem às identidades dos participantes. Posteriormente os dados foram duplamente digitados pelos pesquisadores, individualmente e de forma separada com auxílio do Microsoft Office Excel 2010® ou versão superior à época e tabulados a partir das ferramentas estatísticas.

Os dados foram analisados e posteriormente obteve a criação do banco de dados onde foram tabulados no Microsoft Office Excel 2010®, organizados a partir de estatística descritiva simples com frequência e percentual e discutido à luz do referencial teórico. O trabalho foi realizado de acordo com a Resolução 466/2012, obedecendo aos critérios desta resolução, sendo colhidas as autorizações aos voluntários ou responsáveis através do TCLE. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa conforme Parecer Consubstanciado nº 3.238.131.

Resultados e Discussão

Fizeram parte deste estudo, 129 alunos do curso de enfermagem e suas caraterísticas sociodemográficas estão descritas na tabela 1.

Tabela 1- Características socioeconômicas dos acadêmicos de enfermagem do Centro Universitário da Vitória de Santo Antão, PE

Variáveis

%

N

Idade

16-24 anos

25-31 anos

32-43 anos

Não respondeu

53%

21%

10%

16%

68

27

13

21

Sexo

Feminino

Masculino

87%

13%

112

17

Raça/Cor

Parda

Branca

Preta

Indígena

Amarela

54%

39%

6%

1%

0%

70

50

8

1

0

Município de Residência

Vitória de Santo Antão

19%

25

Gravatá

6%

8

Limoeiro

5%

7

Bom Jardim

5%

6

Outros municípios

70%

38

Não respondeu

35%

45

Zona de Moradia

Urbana

88%

113

Rural

12%

15

Não Respondeu

1%

1

Total

100%

129

Fonte: Autores, 2023

A tabela 2 descreve as variáveis de conhecimento dos estudantes de enfermagem sobre cuidados paliativos, além de suas percepções sobre a temática.

Tabela 2- Informações sobre os cuidados paliativos apresentadas pelos acadêmicos de enfermagem do Centro Universitário da Vitória de Santo Antão, PE

Variáveis

Alternativa

%

N

O curso de enfermagem está proporcionando conhecimento sobre essa área?

Sim

Não

67%

33%

87

42

A temática é relevante para a enfermagem?

Sim

Não

100%

0%

129

0

Você conhece a definição da Organização Mundial de Saúde para Cuidados Paliativos?

Não

Sim

73%

27%

94

35

Você tem conhecimento sobre a filosofia dos Cuidados Paliativos?

Não

Sim

71%

29%

97

37

Qual a melhor definição de Ortotanásia?

Abordagem adequada

Abreviamento da vida do enfermo

Morte lenta, ansiosa e sofrimento

66%

22%

12%

85

28

16

Você acha importante um paciente em estado terminal morrer em sua própria casa, junto aos seus familiares?

a) Sim

b) Não

c) Ele deve escolher o local

d) A e C estão corretas

e) Nenhuma das anteriores

32%

4%

24%

37%

3%

41

5

31

48

4

Você se considera preparado para lidar com a morte de um paciente?

Sim, processo natural

Não

Não, derrota, perda e frustação

69%

30%

1%

89

39

1

A equipe de Cuidados Paliativos deve ser/ter?

Humanizada e Interdisciplinar

Integrantes de curso superior

Família não pode ser da equipe

95%

4%

1%

123

5

1

Elementos básicos da Enfermagem em Cuidados Paliativos

Fisiopatologia, ação das drogas, conforto do paciente e família

Fisiopatologia, manejo dos sintomas e dor

Entender apenas a fisiopatologia

95%

3%

2%

122

4

3

Total

100%

129

Fonte: Autores, 2023.

A oferta da temática pelo curso de enfermagem e sua importância foi apontada pela maioria dos participantes. É válido destacar a importância de se ter a disciplina de cuidados paliativos na formação do estudante e expandir a discussão sobre o tema à luz da reflexão da morte e do processo de morrer [9]. Rego (2017) [9], defende que os cursos de graduação tenham em suas grandes curriculares, disciplinas temáticas que abordem esse tema, visto que, na maioria das vezes o conhecimento dos graduandos é mais voltado para o modelo biologicista.

Neste estudo verificamos que a maioria dos respondentes afirma que o curso oferta conhecimentos sobre a temática e todos a consideram importante, todavia, observa-se heterogeneidade nas respostas subsequentes, que avaliam pontos específicos sobre o conhecimento sobre CP.

Em relação à definição de CP pela OMS, verificou-se que a maioria dos respondentes desconheciam o conceito de CP, tal resultado foi similar ao de Pinheiro (2010) [10], onde 61% dos alunos do curso de medicina não sabiam a definição correta. A definição da OMS sobre os CP descreve que são cuidados ofertados por uma equipe multidisciplinar, a um paciente frente a uma doença que ameaça a continuidade da vida. Este cuidado também é voltado para a família, fazendo com que ambos tenhas uma melhor qualidade de vida [3].

Sobre o conhecimento da filosofia dos cuidados paliativos, a maioria respondeu que não tinham conhecimento. Quando se fala da filosofia dos cuidados paliativos, estamos elencando quais são seus objetivos e para quem esse cuidado é voltado, ou seja, os cuidados paliativos são um conjunto de saberes e práticas que estão direcionados para o período final da vida para pacientes fora de possibilidade terapêutica de cura, envolvendo cuidados biopsicossocias e espirituais [11].

Em relação ao que os acadêmicos entendiam por ortotanásia a maioria respondeu que esta era “uma abordagem adequada diante de um paciente que está morrendo”, adotado aos cuidados paliativos adequados prestados aos pacientes nos momentos finais de suas vidas. A ortotanásia é a morte natural, vista como um processo iminente e inevitável, a assistência é voltada para que o paciente tenha uma morte digna, possibilitando assim a humanização no processo de morte [12].

Quando o questionamento foi se o paciente pode escolher o local onde ele deve morrer, importante parcela respondeu que o paciente que está no fim da vida, merece estar junto a seus familiares e que ele deve escolher o local onde deseja. Destaca-se que em algumas situações o profissional de saúde ao se deparar com este desejo do paciente entende que quando se diz “morrer em casa”, é como se o paciente que não teve assistência médica necessária ou que se poderia levar a vida do paciente até o último minuto possível [13].

Quando questionados sobre o lidar com a morte a maioria dos estudantes respondeu que lidariam com a morte, pois é um processo natural. Em um estudo feito por Germano (2013), foi realizada essa mesma pergunta a um grupo de alunos de enfermagem e a maioria associa a morte a um momento de derrota, ou perda da batalha, porém, o cuidado paliativo não está relacionado ao insucesso das intervenções, mas está voltado a uma abordagem de melhoria da qualidade de vida do paciente e família, por meio do alívio da dor, sintomas e todo suporte psicossocial e espiritual [14].

Sobre o preparo da equipe de cuidados paliativos houve predominância no entendimento que a equipe de cuidados paliativos deve ser de caráter interdisciplinar e seguir os eixos da humanização, do bem-estar físico, emocional e espiritual do enfermo. Em um estudo feito por Fernandes (2013) [15], os profissionais relatam que os cuidados paliativos devem ser ofertados por uma equipe multidisciplinar, onde a assistência deve ser humanizada e deve oferecer suporte aos familiares. A paliação deve ser ofertada por uma equipe multiprofissional, essa abordagem tem um aspecto imperativo em relação aos cuidados paliativos, onde os cuidados estão direcionados para alívio dos sintomas físicos, psicológicos, espirituais e sociais, onde se faz de suma importância um olhar de diferentes profissionais para a realização de uma adequada assistência.

No que diz respeito aos elementos básicos que o enfermeiro deve saber para oferecer uma boa assistência, houve quase totalidade de concordância de que é necessário entender a fisiopatologia da doença, como também os mecanismos de ação das drogas utilizadas para controle dos sintomas, oferecer medidas de confortos e estabelecer uma boa comunicação com o paciente e familiares. O estudo feito por Fernandes (2013) [15], foi visto que o enfermeiro é o profissional da área de saúde que permanece mais próximo ao paciente e uma de suas atribuições que é o manejo da dor para alívio do sofrimento, ele considera diferentes ferramentas caracterizar a dor, e também consegue prestar uma assistência com o objetivo de qualidade de vida e manutenção do conforto do paciente e seus familiares.

Como limitações, apontamos a inclusão de estudantes iniciantes do curso, o que pode ter comprometido as respostas em relação ao conhecimento. Como pontos fortes, destacamos a oferta da disciplina na formação dos estudantes e a sua percepção em relação aos benefícios da temática para sua formação, dando ênfase à assertividade nos campos que estruturam a filosofia dos cuidados paliativos.

Conclusões

Os estudantes de enfermagem deste estudo, estão conscientes sobre a importância dos cuidados paliativos, e que o curso oferta formação para a temática, porém, ainda existem lacunas na formação, observadas a partir da divergência de respostas quanto à definição de CP pela OMS e filosofia dos cuidados paliativos. O conhecimento sobre os CP é frágil, todavia, permeia, de algum modo, o saber dos alunos uma vez que para os outros questionamentos, como o conceito de ortotanásia, o processo de morte e morrer humanizado e digno, a concepção da equipe de saúde pautada em humanização e integralidade, obteve-se resultados satisfatórios.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse de qualquer natureza.

Fontes de financiamento

Financiamento próprio.

Contribuição dos autores

Concepção e desenho da pesquisa: Silva TC, dos Santos BRB; Coleta de dados: Silva TC, dos Santos BRB; Análise e interpretação dos dados: Silva, LRS, Cabral JVB; Análise estatística: Silveira MMBM, Xavier AT; Redação do manuscrito: Barbosa KTF, Santana MRS, Nunes EAT; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Cabral JVB.

Referências

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