Marco Orsini1, Micheli Verginia Ghiggi2
1PhD Médico com Formação em Neuropsiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Professor da Universidade Iguaçu (UNIG), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2Universidade Federal Fluminense, Instituto de Educação Física (UFF), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Recebido em: 7 de março de 2025; Aceito em: 7 de março de 2025.
Correspondência: Marco Orsini, orsinimarco@hotmail.com
Como citar
Orsini M, Ghiggi MV. Vamos falar de exclusão social. Educ e Inc. 2025;13(1):119-120. doi:10.62827//ei.v13i1.1005
Muitas pautas são levantadas em prol da inclusão social no Brasil, entretanto, sugerimos nesse editorial, dar um passo atrás e refletir sobre a não exclusão. A inclusão social já parte da ideia de “exclusão da sociedade”, que é uma condição e precisa ser discutida, pois se refere aos processos que restringem a capacidade de indivíduos ou grupos de participarem plenamente da sociedade. No entanto, gostaríamos de convidá-los a pensar nas possibilidades que antecipam esse fato e possivelmente reduzam o sofrimento dos sujeitos diretamente afetados. Há pelo menos três aspectos que podemos destacar quando tratamos de não excluir socialmente, são: a orientação dos processos ou de forma mais clara, falemos em educação, o trabalho e a valorização dele e por fim, unificando, a justiça social. A exclusão social é uma denominação que simboliza a falta de oportunidades igualitárias aos diferentes sujeitos que pertencem a mesma sociedade, portanto não podem ser excluídos de fato, mas são varridos às margens e banidos dos direitos de usufruir daquilo que também lhes pertence. A saúde pública tem um papel importante a desempenhar na defesa dos grupos socialmente excluídos e na adaptação de políticas para atender às suas necessidades. O nível persistentemente alto de processos que empurram para a exclusão social, destaca ainda uma falta de progresso na mudança do pensamento ou na intenção, para a redução das desigualdades ao longo do tempo em nosso país. Existe ainda um jogo das relações de poder que alterna entre a não exclusão e a exclusão intencional como forma de controle social. Numa ponta o discurso sobre liberdade e autonomia; noutra a manutenção de um status quo que convém a uma pequena parcela da sociedade. Essa condição necessita de reflexões e redefinições nas esferas do pensamento acadêmico, político e social.